Essa mudan�a se deu antes mesmo da posse. O afastamento de Dilma Rousseff da Presid�ncia, em maio do ano passado, foi criticado por Venezuela, Cuba, Bol�via, Equador, Nicar�gua, pela Alian�a Bolivariana para os Povos da Am�rica (Alba) e pelo secret�rio-geral da Unasul, Ernesto Samper. Em duas notas, o minist�rio os acusou de "propagar falsidades" e expressar "preconceitos".
Mas a tese de que houve um "golpe" no Pa�s repercutiu na m�dia internacional. Numa tentativa de estancar esse movimento, o Itamaraty emitiu circular orientando seus diplomatas a rebater as acusa��es.
Quando o impeachment de Dilma foi aprovado no Senado, em agosto, Venezuela, Equador e Bol�via chamaram de volta seus embaixadores do Brasil, o que, no mundo diplom�tico, � uma cr�tica. Em resposta, o governo brasileiro fez o mesmo.
Nenhum desses pa�ses ocupou mais as aten��es de Serra que a Venezuela. A parte mais vis�vel de sua gest�o foram as cr�ticas ao governo de Nicol�s Maduro, que ele acusou v�rias vezes de n�o respeitar os direitos humanos nem a democracia. E as articula��es para evitar que a o pa�s assumisse a presid�ncia do Mercosul.
Nessa empreitada, o Brasil integrou uma alian�a com Argentina e Paraguai, mas foi dif�cil conseguir a concord�ncia do Uruguai. At� o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ajudou, viajando com Serra a Montevid�u para uma conversa com o presidente Tabar� V�zquez. No fim das contas, a Venezuela n�o assumiu de fato a presid�ncia do bloco e acabou at� suspensa.