Os quatro operadores de propina do PMDB na Lava Jato

O PMDB, partido do presidente Michel Temer (PMDB), tem quatro operadores de propinas identificados pela Lava Jato no esquema de corrup��o na Petrobras: Jorge e Bruno Luz, Jo�o Augusto Henriques e Fernando Falc�o Soares, o Fernando Baiano. Os dois primeiros - pai e filho - foram presos na sexta-feira, 24, nos Estados Unidos, alvo da 38� fase da opera��o.

Com tr�s anos de investiga��es, a Lava Jato fecha o cerca contra pol�ticos do PMDB. O partido controlava a Diretoria de Internacional da Petrobras, no esquema de fatiamento da �reas estrat�gicas da estatal por partidos da base do governo Luiz In�cio Lula da Silva. � partir de 2007, a legenda tamb�m teve participa��o na �rea de Abastecimento, junto com o PP.

Considerados por investigadores da for�a-tarefa, em Curitiba, engrenagem da complexa e sofisticada m�quina de corrup��o engendrada na Petrobras, por pol�ticos agentes p�blicos e empres�rios, os operadores de propina foram nos tr�s anos de Lava Jato os principais pontos de expans�o da investiga��o - que se encontra em seu momento de maior contraofensiva pol�tica.

� da Diretoria Internacional o estrondoso epis�dio da compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Sob o neg�cio, paira a acusa��o de preju�zo de cerca de R$ 800 milh�es, como a do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). A Lava Jato tem um inqu�rito aberto, em que j� foram identificados pagamentos de propinas e irregularidades no neg�cio.

Al�m da aquisi��o de refinarias no exterior, a diretoria cota do PMDB cuidava das compras de plataformas de explora��o de petr�leo fora do Brasil, da aquisi��o de campos de explora��o de petr�leo e g�s.

Operadores

Fernando Baiano foi o primeiro operador do PMDB preso pela Lava Jato. Ele foi detido em novembro de 2014, acusado de atuar em nome do ex-diretor de Internacional Nestor Cerver�.

O lobista fechou em 2015 acordo de dela��o premiada com a Procuradoria Geral da Rep�blica (PGR) e conseguiu o direito de cumprir pris�o domiciliar - a partir de novembro de 2015 - por suas revela��es. Ele citou propinas para o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), para o ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lob�o (PMDB-MA), nos neg�cios de Pasadena, entre outros.

Ex-Internacional entre 2003 e 2008, Cerver� teve que fazer dela��o premiada, ap�s o operador do PMDB confessar seu envolvimento no esquema e a arrecada��o de valores para os pol�ticos do partido - que lhe davam sustenta��o no cargo.

Jo�o Henriques � um ex-executivo da Petrobras, que depois de deixar o cargo passou a atuar como lobista. Al�m de abrir portas na estatal para empres�rios, operacionalizava a corrup��o de agentes p�blicos e pol�ticos, para garantir benef�cios nas disputas de mercado por contratos.

Henriques foi preso em setembro de 2015, mesmo m�s em que Fernando Baiano fechou sua dela��o premiada com a for�a-tarefa. Segundo a Lava Jato, ele tinha rela��o direta com o ex-diretor de Internacional Jorge Zelada, preso desde julho de 2015 e que sucedeu Cerver� no cargo.

Foi das investiga��es que tinham como alvo os dois operadores ligados ao PMDB que a Lava Jato chegou � Blackout. A 38� fase levou para a cadeia o mais antigo operadores de propinas da Petrobras, que foi citado em dela��es premiadas como elo da corrup��o com medalh�es do partido. O lobista est� preso desde s�bado, 25, no Brasil.

Com amea�as veladas de Eduardo Cunha de virar delator e agora a pris�o de mais um operador de propinas do PMDB, as chances de um deles buscar a for�a-tarefa para fazer revela��es aumenta, na avalia��o de investigadores.

Defesa

A assessoria do PMDB diz:

"O presidente do PMDB, senador Romero Juc�, afirma que os envolvidos nesta opera��o "n�o tem rela��o com o partido e nunca foram autorizados a falar em nome do PMDB."