S�o Paulo, 04 - O advogado do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em Curitiba (PR), Marlus Arns, afirmou em entrevista � TV Bandeirantes que o pol�tico n�o cogitou at� agora fazer um acordo de colabora��o premiada no �mbito da Opera��o Lava Jato. Cunha est� preso preventivamente na capital paranaense desde outubro de 2016.
Arns disse, entretanto, que Cunha conhece o instrumento e que n�o h� cliente hoje na advocacia criminal que n�o cogite a hip�tese de dela��o, ferramenta defendida por ele como leg�tima. "Se a colabora��o premiada for uma sa�da para o cliente n�o ser preso ou cumprir uma pena menor, por que n�o utilizar?".
O advogado afirmou que o processo de Cunha em Curitiba "caminha bem" e que as provas levantadas at� o momento s�o "muito favor�veis" ao cliente. Sobre um dos fatos que o pol�tico � acusado, envolvendo a indica��o de um diretor da Petrobras em troca de vantagens, o advogado disse que as provas produzidas indicam que a nomea��o n�o partiu dele, mas do PMDB mineiro. Sobre a participa��o de Cunha em um truste, o advogado sustenta que os fatos comprovam a licitude dos valores depositados a favor do ex-deputado.
Arns tamb�m falou que h� outras investiga��es embrion�rias que t�m o peemedebista como alvo e que h� men��es dele nas dela��es de executivos e ex-executivos da Odebrecht. Sobre o fim da Lava Jato, o advogado opinou que os julgamentos da opera��o podem acabar daqui a oito ou dez anos no Supremo Tribunal Federal (STF) e que a tend�ncia � de condena��o dos r�us, considerando as caracter�sticas da Justi�a Federal e da manuten��o das decis�es nas inst�ncias superiores.
O advogado reconheceu que a defesa de Cunha e de outros investigados na Lava Jato � um "papel complicado" e que busca resultados positivos para os clientes, mesmo que isso n�o signifique uma absolvi��o, mas, uma pena menor.
Al�m de o Supremo negar os pedidos de liberdade feitos pela defesa de Cunha, o advogado argumenta que o STF errou ao autorizar a pris�o ap�s a condena��o em segunda inst�ncia e que muitos acusados continuar�o presos sem serem julgados. "Aqueles que est�o presos preventivamente ter�o, a meu ver, cada vez mais dificuldade de serem soltos e cada vez mais dificuldade de n�o cumprirem a pena presos", afirmou.