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Estado de Minas

Ex-chefe da Dersa recebeu R$ 100 mi, afirma operador


postado em 05/03/2017 12:01

O operador financeiro Adir Assad prop�s um acordo de dela��o premiada � Lava Jato no qual afirma ter repassado cerca de R$ 100 milh�es para Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Desenvolvimento Rodovi�rio S/A (Dersa), entre 2007 e 2010, na gest�o Jos� Serra (PSDB). Preso na carceragem da Pol�cia Federal em Curitiba desde agosto do ano passado, Assad � apontado como o maior emissor de notas frias para lavagem de dinheiro de empreiteiras suspeitas de envolvimento no esc�ndalo de corrup��o na Petrobras.

Na negocia��o, Assad assumiu ter usado suas empresas de fachada para lavar recursos de empreiteiras com obras vi�rias em S�o Paulo, entre elas a Nova Marginal Tiet�, o Rodoanel e o Complexo Jacu-P�ssego.

Assad disse tamb�m como funcionava seu esquema de fornecimento de dinheiro em esp�cie para caixa 2 de construtoras. Segundo ele, as empreiteiras subcontratavam suas empresas, o valor das notas frias era transformado em dinheiro e as companhias indicavam os benefici�rios dos recursos. Entre 2007 e 2012, o �noteiro� movimentou cerca de R$ 1,3 bilh�o em contratos fict�cios assinados com grandes construtoras.

O operador prometeu revelar detalhes sobre o esquema de Souza na Dersa, como, por exemplo, as caracter�sticas de um suposto im�vel onde o dinheiro em esp�cie era armazenado. O Estado apurou que o empres�rio chegou a afirmar ter conhecimento sobre nomes de pol�ticos contemplados com os repasses oriundos de empreiteiras. Ele, por�m, n�o tratar� dessas autoridades em seu acordo porque disse n�o ter provas para corroborar sua vers�o, uma vez que apenas lavava o dinheiro e entregava os montantes aos operadores indicados.

Ainda sobre Souza, Assad disse que o conheceu h� mais de 15 anos, quando os dois eram triatletas. Afirmou que o ex-diretor da Dersa centralizava todos os repasses das empreiteiras respons�veis por obras na estatal do governo de S�o Paulo. Segundo Assad, o ex-diretor da Dersa o apresentou a representantes das maiores construtoras do Pa�s.

O

Estado

apurou que Assad tamb�m prop�s aos procuradores elaborar um mapeamento sobre o funcionamento do sistema financeiro paralelo das construtoras respons�vel por abastecer as contas de suas empresas. Outro tema abordado pelo operador foi sobre como firmas sem prestar servi�os e sem ter funcion�rios conseguiram movimentar uma quantia bilion�ria nos bancos brasileiros.

Sigilo.

Os ind�cios da rela��o das empresas de Assad com obras em S�o Paulo j� apareciam nas quebras de sigilo promovidas pela Lava Jato. Os documentos sobre essas contas mostram um pagamento de R$ 37 milh�es do Cons�rcio Nova Tiet�, liderado pela Delta Engenharia e vencedor da licita��o de um dos lotes da Nova Marginal, para uma de suas empresas.

Das empresas que executaram lotes no Rodoanel, o Cons�rcio Rodoanel Sul 5 Engenharia, formado por OAS, Carioca Engenharia e Mendes J�nior, depositou R$ 4,6 milh�es na conta da Legend Engenheiros, de Assad. O SVM, do qual a Andrade Gutierrez faz parte, pagou R$ 7,4 milh�es para a Legend, entre 2009 e 2010. O cons�rcio atuou no Complexo Jacu-P�ssego.

Em quase tr�s anos de Lava Jato, os investigadores esmiu�aram as transa��es financeiras entre empresas de fachada de Assad, como a Legend, Rock Star Marketing, Power to Ten e SM Terraplenagem, e as maiores construtoras do Pa�s. A for�a-tarefa descobriu que as notas fiscais de presta��o de servi�os de terraplenagem e aluguel de m�quinas serviram para produzir dinheiro em esp�cie que, supostamente, deveria ser distribu�do para agentes p�blicos e pol�ticos. As empresas subcontratadas, no entanto, n�o possu�am nem m�quinas nem funcion�rios para oper�-las.

Pris�o.

Assad teve pris�o preventiva decretada quatro vezes desde 2015. Chegou a ser solto duas vezes, mas foi novamente levado � pris�o por ordem do juiz S�rgio Moro. Ele foi condenado na Lava Jato a 9 anos e 10 meses de pris�o por lavagem de dinheiro e associa��o criminosa.

Dela��es premiadas, como a de executivos e ex-executivos da Odebrecht, e a negocia��o do empres�rio Fernando Cavendish, da Delta, citam o nome do operador. A tentativa de acordo � vista como a chance de Assad obter algum benef�cio no cumprimento da pena.

Como a for�a-tarefa j� det�m uma s�rie de informa��es sobre suas opera��es, Assad est� atr�s na corrida das negocia��es e enfrenta a resist�ncia do Minist�rio P�blico Federal (MPF).


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