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Estado de Minas

Odebrecht pagou US$ 3,39 bi em caixa 2 entre 2006 e 2014, diz delator ao TSE


postado em 07/03/2017 22:07

Bras�lia, 07, 07 - O ex-executivo da Odebrecht Hilberto Mascarenhas afirmou em depoimento ao ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Herman Benjamin, que o Departamento de Obras Estruturadas da empreiteira, conhecido como "departamento da propina", desembolsou cerca de U$ 3,39 bilh�es em caixa 2 entre 2006 e 2014. O depoimento, prestado nesta segunda-feira, 6, na sede do TSE, ocorreu no �mbito da a��o que investiga abuso de poder pol�tico e econ�mico na campanha presidencial de 2014 e pode gerar a cassa��o da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.

O departamento da Odebrecht chamado por Mascarenhas de "trepa moloque", uma refer�ncia ao fato de que, por ele, s� passava recursos ilegais, era respons�vel n�o apenas por repasses de recursos il�citos para campanhas eleitorais como pagamentos de resgates de funcion�rios da empreiteira sequestrados em pa�ses atingidos por conflitos armados ou grande viol�ncia urbana.

No depoimento, o ex-executivo detalhou os pagamentos com recursos ilegais da empresa. Na planilha apresentada, segundo relatos, constava as seguintes quantias: em 2006 - U$ 60 milh�es; 2007 - U$ 80 milh�es; 2008 - U$ 120 milh�es; 2009 - U$ 260 milh�es; 2010 - U$ 420 milh�es; 2011 - U$ 520 milh�es; 2012 - U$ 730 milh�es; 2013 - U$ 750 milh�es e 2014 - U$ 450 milh�es.

Os pagamentos eram feitos em hot�is onde ficavam hospedados os intermedi�rios.

Segundo Mascarenhas, com a avan�o das investiga��es da Opera��o Lava Jato, o setor de propina teve que migrar para a Rep�blica Dominicana. A cota em que era armazenado os recursos ficaria fora do Pa�s e quando era necess�rio fazer algum pagamento, sempre era em esp�cie. De acordo com ele, em raz�o de as regras serem mais r�gidas nos Estados Unidos, as transa��es em solo norte-americano eram evitadas.

Ao falar sobre a operacionaliza��o do setor, Mascarenhas detalhou as tratativas realizadas com o marqueteiro de campanha presidencial do PT em 2014, Jo�o Santana, e com sua mulher M�nica Moura. Segundo ele, M�nica s� aparecia em per�odos pr�ximos �s elei��es. Ela estaria entre os cinco maiores recebedores de pagamentos do setor. Segundo ele, apenas em 2014 pagou U$ 16 milh�es para Santana.

O ex-executivo n�o soube detalhar, contudo, as datas dos pagamentos ao casal, mas afirmou que tem um servidor na Su��a em que est�o listados todos os repasses. Do total, 60% dos recursos teriam sidos passados no Brasil e o restante no exterior. Todos os pagamentos feitos eram em real, mas calculados com base no d�lar, que era o valor acertado.

No depoimento, Mascarenhas disse ainda que sabia que o pagamento para Santana era feito em raz�o de ele estar fazendo a campanha "dela". Questionado na audi�ncia quem era "ela", o ex-executivo respondeu que "com certeza era a presidente Dilma Rousseff" porque todo mundo sabia para quem Santana estava trabalhando.

Mascarenhas tamb�m lembrou que a rela��o com Santana n�o se restringiu � campanha no Brasil. Questionado pelo advogado da chapa de Dilma, respondeu que pagou ao marqueteiro e a M�nica pelas campanhas de El Salvador, Angola, Venezuela, Republica Dominicana e Panam�.

Planilhas

O ex-executivo tamb�m disse que a rela��o com integrantes do primeiro escal�o do governo era feita por Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa que leva o seu nome. Ao dar mais detalhes sobre as planilhas de repasses de recursos para o PT, Mascarenhas afirmou que a que levava o nome 'Italiano' era uma referencia ao ex-ministro da Casa Civil Ant�nio Palocci e que o 'P�s-It�lia', era uma men��o ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Segundo ele, a conta-corrente "italiano" continham pagamentos realizados mesmo ap�s a sa�da de Palocci das negocia��es e do governo. A alega��o apresentada por Mascarenhas foi a de que uma vez que a conta foi criada pelo ex-ministro, ele poderia movimentar os valores at� ele se esgotarem.

PMDB

No depoimento, Hilberto afirmou que na negocia��o em torno do PMDB n�o surgiu o nome do presidente Michel Temer, mas que sabia das tratativas de Marcelo Odebrecht em rela��o aos repasses de R$ 6 milh�es, em caixa 2, para a campanha de Paulo Skaf para o governo de S�o Paulo, em 2014. A informa��o do desembolso ao peemedebista chegou a ele por meio do marqueteiro da campanha de Skaf, Duda Mendon�a, que teria ligado para combinar o pagamento. Marcelo Odebrecht tamb�m teria falado sobre a doa��o com Hilberto.

A defesa do publicit�rio informou que n�o se manifestaria sobre o depoimento.

No in�cio de fevereiro, o juiz federal S�rgio Moro condenou Jo�o Santana e M�nica Moura pelos crimes de lavagem de dinheiro no esquema de corrup��o na Petrobr�s alvo da Opera��o Lava Jato. � �poca, a defesa do publicit�rio informou que iria recorrer ao Tribunal Regional Federal da 4.� Regi�o.


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