S�o Paulo, 10 - O presidente Michel Temer (PMDB) disse hoje, em entrevista a uma r�dio, que algum ministro de seu governo pode, eventualmente, pedir demiss�o do cargo pela press�o ap�s cita��es em dela��es premiadas, mesmo antes de ser denunciado formalmente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mas destacou que a abertura de inqu�rito contra membros do governo n�o far� com que o ministro seja afastado automaticamente. A afirma��o foi dada quando perguntado sobre os impactos da segunda lista do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, com base nas dela��es de executivos e ex-executivos da Odebrecht na Lava-Jato.
A fala do presidente ocorre em meio � licen�a do ministro Eliseu Padilha, que est� afastado do cargo por motivos de sa�de, mas foi citado por delatores da Odebrecht como um dos respons�veis pelo recebimento de recursos oriundos do "departamento de propinas" da Odebrecht.
Eduardo Cunha
O presidente negou na entrevista que haja alguma influ�ncia do ex-presidente da C�mara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que est� preso pela Lava Jato em Curitiba (PR). A afirma��o foi feita em resposta ao l�der do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que pediu que o ministro licenciado da Casa Civil, Eliseu Padilha, voltasse "imediatamente" ao cargo para evitar que um aliado de Cunha assumisse o posto.
"Essas afirma��es n�o t�m sustenta��o", afirmou o presidente, dizendo que era imposs�vel Cunha "influenciar alguma coisa" neste momento. "N�o h� influ�ncia nenhuma." Quanto a Renan, Temer disse que continua dialogando permanentemente com o l�der e que o parlamentar entende a import�ncia das reformas.
Reforma
Diante da busca do governo para aprovar a reforma da previd�ncia e das declara��es de membros da base aliada afirmando que a proposta n�o passa como est�, o presidente disse que o tema pode ter obje��es, mas que o governo vai at� onde puder para dialogar com os parlamentares no sentido de aprovar a emenda com os termos enviados ao Congresso. "Haver� observa��es e obje��es, � natural que haja. Vamos at� onde pudermos, � preciso dialogar, e nosso di�logo ser� no sentido de aprovar tal como est�", afirmou.
Elei��es
Ao ser perguntado sobre se pretende concorrer � reelei��o em 2018, o presidente repetiu que, ao fim do mandato, a �nica coisa que deseja � ser reconhecido pela hist�ria. "Nada mais do que isso, tenho feito meu trabalho e sairei com a consci�ncia de algu�m que prestou um servi�o ao Pa�s", falou.