O governador Fernando Pimentel (PT) disse ontem em Almenara, no Vale do Jequitinhonha, que Minas n�o vai aceitar a reforma da Previd�ncia proposta pelo governo Michel Temer e tamb�m n�o vai aderir ao programa de recupera��o para os estados com dificuldades financeiras que obriga a privatiza��o de empresas p�blicas. Segundo o governador, o estado tenta um encontro de contas com o governo federal em busca de um al�vio para o caixa.
Pimentel esteve no Jequitinhonha para inaugurar a primeira unidade regional do Centro de Refer�ncia Especializado de Assist�ncia Social (Creas) e o primeiro voo regional da capital para Almenara, que faz parte de um programa de voos regionais desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig).
“N�s nos recusamos a aderir a esse programa e preferimos continuar enfrentando sozinhos as nossas dificuldades”, disse o governador se referindo ao projeto do governo de recupera��o para os estados endividados que ainda n�o chegou ao Congresso Nacional. Pimentel disse tamb�m que faz “eco” quando “a voz de Minas se levanta para tirar uma reforma da Previd�ncia que vai tirar direito dos trabalhadores”. A reforma da Previd�ncia � alvo de cr�ticas de parte da bancada mineira. Esta semana Temer se reuniu com os parlamentares mineiros do PMDB e da bancada da C�mara e do Senado para discutir as reivindica��es do estado, entre elas mais espa�o no governo federal, e o acerto de contas entre o estado e a Uni�o. Tamb�m foram discutidas mudan�as no projeto da Previd�ncia.
Durante seu discurso, Pimentel afirmou que se a Cemig tivesse sido vendida sua l�gica seria empresarial e voltada apenas para o lucro. De acordo com o governador, existem dois modelos de gest�o: um social, voltado para as pessoas e o outro empresarial, com enfoque no lucro, e que o estado fez a op��o pelo primeiro. “O outro modelo � vender empresas p�blicas, cortar direitos do servidor p�blico, falar que vai equilibrar as contas p�blicas e continuar pagando juros alt�ssimos para os banqueiros, para os detentores do capital financeiro. Isso n�s n�o vamos fazer”, afirmou. Desde que o governo federal prop�s aos estados endividados a venda de empresas p�blicas o governador vem dizendo que n�o pretende aceitar essa imposi��o e que n�o vai vender a Cemig.
“A nossa Cemig, a Cemig que n�s queremos e vamos manter em Minas Gerais, est� aqui conosco, enfrentando as dificuldades e ajudando os prefeitos e prefeitas a melhorar a ilumina��o em cada cidade, a cada fam�lia que n�o tem luz el�trica, modernizar, enfim, fazer aquilo que a gente quer fazer: prestar um servi�o p�blico de boa qualidade”, afirmou o governador.
Pimentel disse que o estado enfrenta graves dificuldades econ�micas e um d�ficit anual de cerca de R$ 8 bilh�es, mas mesmo assim n�o vai aceitar as privatiza��es. “O estado teria que se comprometer a tomar medidas duras contra o servidor p�blico, recusando promo��es na carreira, tirando benef�cios das carreiras dos servidores, inclusive da Pol�cia Militar, e mais, e pior tamb�m, vendendo nossas empresas p�blicas”, disse.