S�o Paulo, 13 - Em depoimento perante o juiz federal S�rgio Moro, o delator da Opera��o Lava Jato e executivo da Odebrecht M�rcio Faria declarou que o codinome 'Italiano' em planilhas de propina da empreiteira se referia ao ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma). Palocci nega ser o 'Italiano'.
O executivo prestou depoimento como testemunha de defesa de Marcelo Odebrecht. A procuradora Laura Tessler, do Minist�rio P�blico Federal, no Paran�, quis saber de M�rcio Faria quem era 'italiano'.
"A refer�ncia a pessoa de codinome 'Italiano', h� em diversos desses e-mails, quem � essa pessoa que se refere esse codinome 'Italiano'? Se o sr tem conhecimento...", perguntou a procuradora.
"Sim sra, tenho conhecimento", afirmou M�rcio Faria.
"Quem seria?", questionou o Minist�rio P�blico Federal.
"� o ex-ministro Palocci", disse o delator.
"Qual a rela��o estabelecida com o ex-ministro Palocci?", perguntou Laura Tessler.
"A rela��o com o ex-ministro Palocci n�o era de minha al�ada, n�o era escopo meu. Eu n�o tratava com o ministro Palocci", disse M�rcio Faria.
"Quem tratava com o ministro Palocci?", quis saber a procuradora.
"Marcelo Odebrecht", afirmou taxativamente. "Eu n�o tinha demanda com o ex-ministro Palocci."
Os investigadores suspeitam que Palocci recebeu R$ 128 milh�es da empreiteira e que parte desse dinheiro teria sido destinado ao PT.
Uma planilha do Departamento de Opera��es Estruturadas - setor da Odebrecht que teria a miss�o de pagar propinas a agentes pol�ticos - traz o codinome "Italiano".
Durante o depoimento, M�rcio Faria voltou a dizer que Marcelo Odebrecht era quem "tratava" com Antonio Palocci.
"As discuss�es com o ministro Palocci eram realizadas pelo Marcelo. Eu nunca tive esse tipo de discuss�o com o ministro Palocci", disse.
Petrobr�s
Em�lio Odebrecht e M�rcio Faria prestaram depoimento por videoconfer�ncia na Justi�a Federal, em S�o Paulo. Ligados � c�pula da empreiteira, eles falaram em a��o penal da Lava Jato em Curitiba na qual o ex-ministro Ant�nio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) � acusado de atuar para favorecer os interesses da Odebrecht junto ao governo federal na contrata��o de sondas de explora��o do pr�-sal com a Petrobras.
M�rcio Faria afirmou que foram pagas propinas aos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Servi�os) e ao ex-gerente da estatal Pedro Barusco. O delator, no entanto, declarou que n�o houve pagamento de vantagens indevidas sobre contrato do Estaleiro Paragua�u.
"Foi um acordo que fizemos entre os acionistas, porque voc� tinha um investimento privado muito alto. Voc� tinha depois at� a possibilidade de uma empresa da Odebrecht participar como s�cia de algumas unidades. A gente tomou a decis�o que a gente n�o pagaria propina nesse caso", afirmou.
O juiz S�rgio Moro quis saber se outros acionistas n�o pagaram por conta pr�pria.
O delator disse acreditar que n�o. "Que eu saiba, n�o. Se pagaram, foi por conta e risco deles."
Moro questionou o "objetivo" do repasse de solicita��es de Marcelo Odebrecht a Antonio Palocci.
"Excel�ncia, entendo eu que, pelo cargo que o ex-ministro Palocci ocupava, era o acompanhamento, inclusive, para ver o posicionamento do governo", afirmou M�rcio Faria.