Bras�lia, 14 - Senadores receberam no plen�rio a not�cia de que a Procuradoria-geral da Rep�blica (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) 83 pedidos de inqu�rito de pessoas que det�m foro privilegiado. Os pedidos foram baseados nos acordos de dela��o premiada da Odebrecht e devem atingir diversos parlamentares.
A sess�o deliberativa da Casa foi encerrada cerca de 30 minutos ap�s a chegada da chamada "lista do Janot" ao STF. A not�cia sobre a lista foi divulgada logo depois da aprova��o da reabertura do programa de repatria��o. Em seguida, os parlamentares discutiam projeto de autoria do senador Ricardo Ferra�o (PSDB-ES) que impede a cria��o de franquias para o uso de internet banda larga fixa e corta o fornecimento do servi�o ap�s o alcance do limite estabelecido. Sem acordo, a aprecia��o do projeto teve que ser adiada para a sess�o de amanh�.
Para Edison Lob�o (PMDB-MA), alvo de dois inqu�ritos na Lava Jato, os pedidos de abertura de novos inqu�ritos n�o s�o motivo para "tens�o", j� que as investiga��es podem ser arquivadas posteriormente. "V�rios inqu�ritos foram arquivados, isso porque investigadores, delegados e procuradores nada encontraram", minimizou. O parlamentar lembrou que j� foi absolvido em dois inqu�ritos por falta de provas.
Ele tamb�m defendeu que as dela��es n�o valem como prova, e sim como uma orienta��o para investiga��es posteriores, lembrando fala do ex-relator da Lava Jato, ministro Teori Zavascki, morto em 19 de janeiro. "A dela��o n�o identifica nada mais que um roteiro a ser investigado", disse. Lob�o defende que os depoimentos devem ser vistos "com ressalvas".
O l�der do PSDB, Paulo Bauer (SC), acredita que, caso a lista de Janot atinja senadores, isso pode refletir em debates e atrasos na Casa, mas n�o paralisar as vota��es. "A lista poder� produzir algum atraso ou debate paralelo. Mas n�o vai deixar de fazer com que o Senado continue votando as mat�rias de interesse do Pa�s."
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) discorda. Ele avalia que a reforma da Previd�ncia ter� ainda mais dificuldade na tramita��o. "Com toda a base do governo comprometida nas dela��es n�o acredito que ter� a mesma condi��o de estabilidade. Haver� uma contamina��o de toda a agenda do governo para o Legislativo", opinou.
Randolfe disse que h� um movimento no Executivo para proteger pol�ticos atingidos pelas dela��es da Odebrecht. Ele criticou reuni�o do presidente Michel Temer com os chefes do Legislativo e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para discutir a reforma eleitoral. "O Executivo quer dar tranquilidade para a sua base", disse Randolfe.
Ele considera "inaceit�vel" o Congresso discutir uma anistia para o caixa 2, como defendem alguns senadores nos bastidores. "Isso � antag�nico ao sentimento da opini�o p�blica e das ruas. N�o existe criminaliza��o do caixa 2, pois j� � crime (...) Aprovar qualquer tipo de anistia agora significa obstru��o da Lava Jato", defendeu.