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Estado de Minas

'Sempre tinha acordo, em qualquer lugar do mundo', diz delator da Odebrecht


postado em 23/03/2017 23:55

Bras�lia, 24 (AE), 23 - Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-executivo da Odebrecht Hilberto Mascarenhas disse que "sempre tinha acordo" de pagamento de propina, em "qualquer lugar do mundo", ao explicar sua fun��o no Setor de Opera��es Estruturadas da empreiteira. A �rea operacionalizava todos os pagamentos n�o oficiais da Odebrecht e chegou a movimentar, segundo ele, US$ 3,370 bilh�es entre 2006 e 2014.

Ao explicar que o caixa do setor variava de acordo com a conquista de obras no exterior e da realiza��o de elei��es em diversos pa�ses, o delator foi questionado pelo juiz auxiliar do TSE Bruno Lorencini: "Mas impactava porque havia acordos de pagamento de propina?".

"Desculpe, qual o nome do senhor?", perguntou o delator.

"Bruno", respondeu o magistrado.

"Juiz Bruno, sempre tinha acordo."

"Sempre tinha acordo?", voltou a questionar o juiz.

"Sempre, em qualquer lugar do mundo", disse Mascarenhas.

O delator se definiu como o "pag�o" - aquele que apenas operacionalizava o pagamento. "Eu, Hilberto Mascarenha Alves da Silva Filho, nunca corrompi ningu�m", disse o ex-executivo.

De acordo com ele, a conta do Setor de Opera��es Estruturadas tinha US$ 70 milh�es em 2006, ano em que ele assumiu a �rea, e cresceu para US$ 730 milh�es em 2013. "E 2014, j� com o in�cio da Lava Jato, baixou para US$ 450 (milh�es)", disse o delator. Os valores n�o s�o cumulativos, s�o referentes a cada ano.

"Acumulado, deu de 2006 a 2014 US$ 3,370 bilh�es. � um absurdo, mas � verdade. (...) Em fun��o desse aumento, comecei a sentir que eu precisava ter algum controle", disse Mascarenhas. A partir da� ele desenvolveu o sistema de inform�tica da empreiteira. O sistema identificava os valores pagos aos codinomes dados pelos executivos da empresa para esconder a real identidade dos benefici�rios dos pagamentos.

Ele disse ainda que a entrega do dinheiro no Brasil era feita em esp�cie e narrou formas de pagamento. "Se fossem valores pequenos, encontravam num bar. Em todos os lugares. Voc� n�o tem ideia dos lugares absurdos se encontra, no cabar�...Ele encontrava a pessoa, o preposto ia l� e pegava", afirmou.

Em repasses mais volumosos, segundo Mascarenhas, era poss�vel que algum representante da empresa se hospedasse em um mesmo hotel que um preposto de quem iria receber o dinheiro e, no meio da noite, a entrega fosse feita no quarto.


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