Sete meses depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, os grupos que organizaram as manifesta��es pelo afastamento da petista voltam neste domingo (26) �s ruas. Em ao menos 90 cidades brasileiras, os ativistas far�o um discurso que bate de frente com o dos pol�ticos que os apoiaram no ano passado e apresentar�o uma pauta mais difusa e menos palat�vel do que o antipetismo que caracterizou os protestos que levaram milh�es contra a presidente cassada - o que faz com que a expectativa de p�blico seja menor do que em atos anteriores.
“A popula��o est� desarmada. Os bandidos, n�o”, disse a porta-voz do NasRuas, Carla Zambelli. Na Avenida Paulista, regi�o central de S�o Paulo, tamb�m haver� grupos pedindo a interven��o militar.
Os protestos ocorrem duas semanas depois das manifesta��es contra a reforma da Previd�ncia, organizadas por centrais sindicais e entidades ligadas a movimentos sociais, que levaram milhares �s ruas em 17 Estados, nas quais foram ouvidos gritos de “fora, Temer”.
Para os organizadores, os atos deste domingo (26) n�o s�o um contraponto aos de 15 de mar�o. “N�o estou preocupado em levar mais pessoas do que no ato contra a reforma da Previd�ncia. Estou preocupado em levar essas pautas para as ruas e deixar a popula��o consciente com o que est� acontecendo”, disse o empres�rio Rog�rio Chequer, porta-voz do Vem Pra Rua. Em S�o Paulo, o grupo estar� com carro de som estacionado na frente do Masp.
Pol�ticos
Partidos e pol�ticos que em 2015 disputaram a aten��o dos grupos e at� participaram de atos desta vez passar�o longe. “PT, PSDB, PMDB e DEM, me parece, convergem para a lista fechada e para o financiamento p�blico (de campanha). Convergem para fatos que visam � pr�pria sobreviv�ncia e � manuten��o de privil�gios”, afirmou Chequer.
Apesar do tom cr�tico aos pol�ticos e ao governo federal, os principais grupos descartam adotar o grito de “fora, Temer” no alto de seus carros de som. O argumento � de que, por enquanto, n�o h� provas do envolvimento direto do presidente em atos il�citos.
Outros pol�ticos, como os presidentes do Senado e da C�mara, Eun�cio Oliveira (PMDB-CE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), respectivamente, e os senadores A�cio Neves (PSDB-MG) e Renan Calheiros (PMDB-AL), no entanto, dever�o ser alvo de cr�ticas dos manifestantes.
Cr�tica. O tom mais duro contra Temer � adotado pelo empres�rio Luiz Philippe de Orleans e Bragan�a, descendente da antiga fam�lia real brasileira e integrante do Acorda Brasil. Segundo ele, o grupo, que em S�o Paulo estar� com seu carro de som na esquina da Avenida Paulista com a Rua Pamplona, n�o pedir� “fora, Temer” neste domingo (26), mas vai adotar o discurso se o presidente n�o vetar a proposta de ado��o de lista fechada nas elei��es.
“Estamos de olho neste golpe de Estado proposto pelo Legislativo. Temer tem de vetar se a proposta chegar a ele. Tem de vetar, e n�o vetando, ser� ‘fora, Temer’”, disse Bragan�a. “Se Temer n�o for a �ltima linha de defesa do povo brasileiro, ele ser� inimigo. N�o tenha d�vida de que haver� ‘fora, Temer’ se ele n�o vetar”, afirmou.