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Estado de Minas

Minas tem baixa presen�a feminina no Legislativo

Estudo que ser� lan�ado esta semana pelo Projeto Mulheres Inspiradoras revela que MG est� entre os piores em ranking de representatividade. Melhor posi��o � um 14� lugar na C�mara


postado em 27/03/2017 06:00 / atualizado em 27/03/2017 07:19


A vantagem num�rica sobre a popula��o masculina em Minas Gerais n�o rendeu �s mulheres a mesma propor��o no Legislativo brasileiro. Apesar de elas serem 314 mil a mais que os homens, ainda amargam baixa vota��o nas urnas, o que coloca o estado nos �ltimos lugares do ranking de presen�a feminina nas c�maras municipais, assembleias legislativas, C�mara dos Deputados e Senado. � o que mostra levantamento realizado pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI) e que ser� lan�ado nesta semana.

 

Os eleitores mineiros elegeram nas �ltimas disputas (2014 e 2016) 931 mulheres para as quatro esferas do Legislativo, enquanto os homens conquistaram as outras 7.583 cadeiras dispon�veis. O Senado, por exemplo, n�o tem nenhuma representante feminina de Minas. Em 2014, entre os oito candidatos que disputavam uma cadeira, duas eram mulheres: Margarida Vieira (PSB) e Gra�a (PCO). Juntas, elas tiveram apenas 2,22% dos votos v�lidos. Quem levou a melhor na disputa foi o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB).

Na C�mara dos Deputados, apenas cinco das 190 candidatas conquistaram uma vaga entre as 53 disputadas, o que deu a Minas Gerais o 14º lugar no ranking em Bras�lia – a melhor coloca��o do estado entre todos os legislativos. O n�mero equivale a um �nfimo �ndice de 0,15 deputada para cada 100 mil habitantes, ou 0,006 eleita por munic�pio.

O mesmo n�mero de mulheres conquistou cadeiras na Assembleia Legislativa: apenas cinco das 321 candidatas foram eleitas em outubro de 2014. Elas receberam, juntas, 8,21% dos votos v�lidos. E a propor��o � ainda pior se compara com a C�mara dos Deputados, pois a sede do Legislativo estadual, localizada em Belo Horizonte, abriga 77 representantes. O baixo �ndice deixou Minas na 23ª coloca��o no pa�s.

Minas Gerais tamb�m n�o ficou nada bem no ranking de vereadoras: a mesma 23ª coloca��o no comparativo com os outros 26 estados – no Distrito Federal n�o h� c�mara municipal. Em 2016, 7.364 mulheres tentaram se eleger nos 853 munic�pios mineiros, mas apenas 921 tiveram votos suficientes para conquistar uma das 8.481 cadeiras em todo o estado. A m�dia � de 1,1 eleita por munic�pio. Lembrando que cada C�mara tem pelo menos nove vereadores, n�mero que varia de acordo com a popula��o.

ESTRAT�GIA PARA CRESCER Coordenadora do Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI), Marlene Campos Machado diz que a baixa participa��o feminina na pol�tica n�o s� em Minas, mas em todo o pa�s, � uma quest�o estrutural e que merece maior destaque. “O que pode e deve ser feito de imediato � dar mais aten��o ao tema e pensar: O que e quanto a sociedade tem a perder ao dificultar a atua��o de metade de sua popula��o (mulheres)? Produtividade, empregos, pol�ticas p�blicas de mais qualidade? Eu apostaria em todas elas como op��o”, diz. Para mudar o cen�rio, ela sugere debates de qualidade, sem fomentar divis�es entre g�neros ou grupos de pessoas.

Na tentativa de aumentar a participa��o feminina na pol�tica, a legisla��o brasileira determina que 30% das candidaturas t�m que ser de mulheres. Mas essa n�o parece ser uma solu��o eficaz. A primeira dificuldade que muitos partidos alegam � conseguir candidatas para cumprir a cota. Vers�o que Marlene Machado classifica de “pouco consistente”. “Ser� que essas lideran�as n�o querem mesmo participar do processo pol�tico ou lhes falta um cen�rio adequado de oportunidades para tal? Eu voto na segunda”, afirma.

E muitos partidos, pela pr�tica, mostram que inscrevem mulheres nas chapas proporcionais apenas para preencher a cota feminina. Basta ver o n�mero daquelas que terminam a elei��o sem um voto sequer. Na disputa pela Assembleia Legislativa de Minas, por exemplo, oito candidatas n�o foram votadas. Outras 24 n�o chegaram a ter 10 votos.

 

Tr�s perguntas para Marlene Campos Machado
coordenadora do Projeto Mulheres Inspiradoras

 

Por que um n�mero t�o pequeno de mulheres no Legislativo?
� reflexo de todo um cen�rio cultural. Os espa�os de poder, em geral, ainda s�o muito masculinos. Alguns v�o perguntar: existe preconceito contra a mulher para atuar na pol�tica.? Claro que existe, mas s�o necess�rios outros elementos para explicar essa baixa representatividade feminina. Por exemplo, muitas vezes pude perceber, por experi�ncia h� 20 anos trabalhando com lideran�as femininas, que muitas mulheres dizem que n�o votar em outra mulher. H� tamb�m aquelas n�o acreditam ou n�o conhecem o pr�prio potencial para liderar.

Falta incentivo para a participa��o da mulher na pol�tica?

Falta, com certeza. Mais do que isso, falta compreender quais seriam esses incentivos e qual a efetividade deles. Eu tamb�m n�o tenho a resposta sobre qual a pol�tica p�blica ideal para impulsionar a inser��o feminina, mas acredito que pautar a sociedade sobre esse tema � um come�o. Uma boa discuss�o � sobre qual � o papel das legendas, por exemplo. Os partidos que ainda enxergam as mulheres como cotas de candidaturas, a grande maioria at� atinge os 30% de mulheres como candidatas, mas a pergunta �: ser� que os partidos se preocupam na mesma propor��o em dar espa�o para elas, para que tenham condi��es de ganhar as elei��es.? Falo de tempo de TV, de recursos. E n�o falo isso s� em rela��o �s mulheres, isso vale para novas lideran�as em geral.

Como garantir ent�o mais espa�o para as mulheres?

Acredito que o melhor caminho � produzir informa��es e debates. Se a ampla maioria das pessoas entender que toda a sociedade ganha com maior participa��o feminina no Parlamento, esse aumento vai ser algo natural. Um exemplo objetivo � a sensibilidade feminina, homens e mulheres s�o diferentes e at� por isso s�o complementares, mas a sensibilidade da mulher � algo que, em geral, h� de se ressaltar e isso tende a maior voca��o para servi�os sociais. Elas t�m maior facilidade para ouvir, para se comunicar.
 


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