Bras�lia, 27 - O avan�o da Lava Jato, com a expectativa da divulga��o das dela��es da Odebrecht, est� fazendo parlamentares repensarem seus planos para as elei��es de 2018, quando estar�o em disputa todas as 513 vagas da C�mara e dois ter�os das 81 cadeiras do Senado. Pol�ticos buscam "caminhos" para manter o foro privilegiado e continuar sob a al�ada do Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ritmo � mais lento em compara��o � primeira inst�ncia.
No Congresso, h� pelo menos tr�s movimentos nesse sentido. O primeiro � de senadores que queriam disputar governos estaduais, mas j� pensam em n�o arriscar e devem tentar a reelei��o. Outro movimento � de senadores que reconhecem a dificuldade que ter�o para se reeleger e cogitam disputar uma vaga para a C�mara. H�, ainda, deputados que pretendiam disputar o Senado, mas est�o refazendo planos para tentar se manter no cargo.
No primeiro grupo est�, por exemplo, o presidente do Senado, Eun�cio Oliveira (CE), um dos 15 senadores do PMDB que devem disputar novo mandato na Casa. Eun�cio tinha planos de disputar de novo o governo do Cear� mas, segundo aliados, mudou de ideia. Para tanto, vem se aproximando do governador Camilo Santana (PT), que o derrotou em 2014. Eun�cio, conforme interlocutores, n�o descarta uma alian�a com o petista para concorrer ao Senado na chapa do governador.
Caso concorra ao governo do Estado, o peemedebista pode n�o ser eleito e perder a prerrogativa de foro. Citado na dela��o do ex-diretor da Odebrecht Cl�udio Melo Filho, que disse ter repassado dinheiro ao senador como contrapartida � aprova��o de uma medida provis�ria, Eun�cio � um dos alvos dos 83 pedidos de inqu�ritos feitos pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, ao STF, com base nos acordos da empreiteira. O peemedebista nega irregularidades.
Alian�as
Assim como Eun�cio, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) busca alian�as at� com partidos advers�rios no plano nacional. O parlamentar do PP afirmou � reportagem que fechou acordo com o governador do Piau�, Wellington Dias (PT), para disputar reelei��o ao Senado em 2018 na chapa do petista.
"Vamos separar os palanques de presidente (da Rep�blica)", disse Nogueira, que foi denunciado por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro pela Procuradoria-Geral da Rep�blica na Lava Jato. O senador nega envolvimento em il�citos.
H�, ainda, senadores que avaliam disputar uma vaga na C�mara, como os petistas Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ) e Humberto Costa (PE). Gleisi � r� da Lava Jato no STF e Lindbergh, apontado como integrante da "lista de Janot" enviada � Corte com pedidos de investiga��o. Em rela��o a Costa, a Pol�cia Federal pediu o arquivamento de um inqu�rito contra ele, mas a mais recente fase da Lava Jato mirou em nomes ligados ao senador.
Segundo aliados, os tr�s cogitam pleitear uma vaga de deputado tamb�m como forma de tentar refor�ar a bancada do PT na C�mara. Questionados, os pol�ticos afirmaram que seus planos para 2018 v�o depender de alian�as. "Vai depender muito da alian�a que a gente vai construir, porque l� em Pernambuco o voto do senador � muito vinculado ao do governador", disse Humberto Costa.
"O senador est� se posicionando mais � esquerda, dentro do PT, em busca de apoio dos movimentos de rua, j� como estrat�gia para 2018", afirmou a assessoria de Lindbergh.
Imagem desgastada
Apesar de n�o ser alvo da Lava Jato, a senadora �ngela Portela (RR) repensa os planos e deve anunciar em breve a sa�da do PT, legenda que est� na mira da opera��o. Aliada da governadora de Roraima, Sueli Campos (PP), �ngela encomendou pesquisas de inten��o de voto ao Senado no Estado, em que teria constatado que � prejudicada nos levantamentos por ser do PT.
O deputado Maur�cio Quintella (PR-AL), atualmente licenciado porque � ministro dos Transportes, almejava o Senado em 2018, mas j� disse a interlocutores que desistiu e vai disputar a reelei��o. Ele recebeu doa��o de empreiteiras investigadas na Lava Jato, como a OAS, mas n�o aparece at� o momento em nenhuma dela��o.
Procurados, Eun�cio, Gleisi e Maur�cio Quintella n�o quiseram se manifestar.