Rio, 30 - O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), afirmou nesta quinta-feira, 30, que respondeu a "duas ou tr�s" perguntas ao ser conduzido coercitivamente para depor na Opera��o Quinto do Ouro, deflagrada na quarta-feira, 29, pela Pol�cia Federal (PF) e o Minist�rio P�blico Federal (MPF), com foco no Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ).
Segundo o deputado, as perguntas foram sobre a utiliza��o do fundo especial do TCE-RJ, sobre supostos favorecimentos �s empresas de �nibus que t�m a concess�o do transporte p�blico na regi�o metropolitana do Rio e sobre a cobran�a de propina, por parte de conselheiros da corte de contas, para autorizar obras do Estado com valor acima de R$ 5 milh�es.
"Fiz quest�o de prestar todos os esclarecimentos. Nada temo", disse Picciani, em pronunciamento no Plen�rio da Alerj, na tarde desta quinta-feira.
O deputado falou na abertura da sess�o ordin�ria do Legislativo. Logo ap�s o discurso, na tribuna, e n�o na cadeira da presid�ncia, Picciani deixou o Pal�cio Tiradentes, sede da Alerj. Os trabalhos seguiram normalmente - os deputados estaduais debatem um projeto de lei sobre desarmamento.
"Fiz esclarecimento sobre o funcionamento do fundo (do TCE) e sobre a tramita��o nesta casa", disse Picciani. Segundo o deputado, os agentes da PF perguntaram se ele conhecia o presidente da Fetranspor-RJ, entidade que representa as empresas de �nibus. "J� veio aqui algumas vezes em debates, mas n�o tenho nenhuma rela��o que n�o seja essa, institucional", disse Picciani.
O presidente da Alerj disse ainda que n�o tem conhecimento sobre a cobran�a de propina por parte dos conselheiros do TCE-RJ. "Passamos a ter conhecimento (sobre a suposta cobran�a por parte dos conselheiros) depois das dela��es da Andrade (Gutierrez), da Carioca (Engenharia) e da Odebrecht. Essas empresas disseram claramente quem chamou pra cobrar (a propina) e desconhe�o que tenha sido citado meu nome ou o de algu�m nesta casa", disse Picciani, completando que os acusados eram do Executivo.
O cacique do PMDB fluminense aproveitou para atacar Jonas Lopes, ex-presidente do TCE-RJ, em cujo depoimento em dela��o premiada foi baseado a Opera��o Quinto do Ouro. "Esse delator ficou seis anos respondendo ao STJ", afirmou Picciani, sem especificar quais acusa��es Lopes teria enfrentado.
O presidente da Alerj elogiou ainda a atua��o "profissional, correta e equilibrada" da equipe da PF e do MPF no cumprimento dos mandados contra ele. Al�m da condu��o coercitiva, os agentes da PF cumpriram mandado de busca na casa de Picciani e em seu gabinete na Alerj. Picciani criticou, por�m, o fato de nem ele nem seu advogado terem tido acesso ao inqu�rito, que est� no Superior Tribunal de Justi�a (STJ), em Bras�lia, por causa da prerrogativa de foro dos investigados. "Se for solicitado de novo, estarei a disposi��o. Talvez n�o precisasse ser (condu��o) coercitiva", disse Picciani.