Bras�lia, 31 - Em meio � sucess�o de esc�ndalos de corrup��o que abalam o Pa�s, o ministro Lu�s Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira, 31, que � imposs�vel n�o sentir "vergonha" diante dos �ltimos acontecimentos no notici�rio. O ministro fez a palestra de encerramento do semin�rio "Di�logo entre Cortes: fortalecimento da prote��o dos direitos humanos", no Superior Tribunal de Justi�a (STJ), em Bras�lia.
O ministro tamb�m disse que o caixa 2 "frauda a democracia" e defendeu as dela��es premiadas, que permitiram, segundo ele, o desbaratamento de organiza��es criminosas infiltradas no poder p�blico.
"� imposs�vel n�o sentir vergonha pelo que est� acontecendo no Brasil e n�o podemos desperdi�ar a chance de fazer com que o futuro seja diferente. N�s nos perdemos pelo caminho e precisamos encontrar um caminho que nos honre como projeto de Pa�s e na��o", disse Barroso.
Segundo o ministro, h� uma "impressionante quantidade de coisas erradas" ocorrendo no Pa�s. "� uma pr�tica institucionalizada, que vai do plano federal, passa pelo estadual e chega ao municipal. Pode ser na Petrobras, no BNDES, na Caixa Econ�mica, nos fundos de pens�o, no Tribunal de Contas do Estado A, B ou C, tudo est� contaminado pelo v�cio de levar vantagem indevida, para deixar de fazer o que se tem de fazer", comentou.
Na avalia��o do ministro, a corrup��o � "um mal em si" e "n�o devemos pegar esse atalho equivocado que n�o nos levar� a lugar algum de que n�o se pune aqueles que frequentam os mesmos banquetes que a gente".
Caixa 2
Em meio a movimenta��es no Congresso Nacional para tentar anistiar puni��es para doa��o n�o declarada de campanha, Barroso ressaltou que, embora diferentes, "corrup��o e caixa 2 s�o crimes, porque ambos desviam o dinheiro do lugar para onde deveria ir".
"O caixa 2 frauda a democracia, porque faz com que quem tem mais dinheiro tenha mais representatividade do que quem tem menos dinheiro. O caixa 2 frauda o sistema democr�tico, a representa��o popular", criticou, ressaltando que a n�o declara��o de doa��es tem se tornado uma "pr�tica institucionalizada".
Em entrevista nesta semana ao Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado, o vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, disse que n�o v� "como separar caixa 2 e corrup��o". "Ambas s�o condutas graves, implicam abuso de poder", afirmou.
Em manifesta��o encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Minist�rio P�blico Eleitoral (MPE) pediu a cassa��o do presidente Michel Temer (PMDB) e a inelegibilidade da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) na a��o que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder pol�tico e econ�mico para se reeleger em 2014.
Uma das principais acusa��es contra a campanha da petista � reelei��o � de que tenha recebido recursos provenientes de caixa 2.