Bras�lia, 05 - Em meio � continuidade de cr�ticas que tem recebido do l�der do PMDB no Senado, Renan Calheiros, o presidente Michel Temer tem feito uma ofensiva com senadores do partido para garantir o apoio necess�rio para as propostas que est�o no Congresso, principalmente a da reforma da Previd�ncia, na qual o governo prev� muitas dificuldades nas duas casas. Esse movimento busca neutralizar a for�a e a influ�ncia de Renan - que � l�der da bancada - sobre os senadores
Hoje � noite, Temer receber� quatro senadores peemedebistas no Pal�cio do Jaburu. Estar�o presentes, segundo fontes do Planalto: a senadora Rose de Freitas (ES), Garibaldi Alves (RN), Jo�o Alberto Souza (MA) e Valdir Raupp (RO).
Tamb�m nesta quarta-feira, Temer almo�ou com o l�der do governo no Senado, Romero Juc� (PMDB-RR), e com os senadores Airton Sandoval (PMDB), que assumiu a vaga com a licen�a de senador paulista Aloysio Nunes que agora � ministro das rela��es exteriores. Tamb�m participou do almo�o o senador Elmano F�rrer (PMDB-PI).
Hoje, Renan voltou a dizer que "o presidente Michel Temer n�o tem para onde ir". No in�cio do discurso, ele afirmou que iria retificar a declara��o, feita a aliados durante jantar da bancada ontem � noite, mas acabou refor�ando o posicionamento. A fala gerou desconforto em parte da bancada. Ao final do pronunciamento, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) correu para repreender o l�der. "Ele repetiu no microfone o que disse ontem, s� que aqui ele � l�der da bancada", ponderou a parlamentar. Para ela, Renan tem que representar o sentimento dos peemedebistas. Como rea��o, o senador riu e pediu "calma".
Ontem, em S�o Paulo, Temer tamb�m se encontrou com a senadora Marta Suplicy em um evento da Fiesp. Ap�s o encontro com o presidente, Marta foi uma das aus�ncias do jantar na bancada na casa da senadora K�tia Abreu (PMDB-TO), do qual Renan participou. Marta foi uma dos nove senadores do partido que assinou a carta coordenada por Renan recomendando que n�o sancionasse a lei de terceiriza��o. Segundo uma fonte do Planalto, na conversa ontem em S�o Paulo, Temer teria minimizado a resist�ncia da senadora em rela��o � proposta.
Sem enfrentamento
Apesar da ofensiva de certa forma "isolar" Renan, auxiliares do presidente refor�am que ele nunca fechou a porta para o ex-presidente do Senado e que tem - ao longo de diversas crises que j� enfrentou com Renan - procurado manter o dialogo de forma direta ou por meio de ministros - como Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presid�ncia). "O presidente tem um perfil de di�logo e vai conversar sempre com quem quiser conversar. A ideia � cozinhar galo velho em fogo branco", afirmou um interlocutor.
A ordem � evitar enfrentamento e a o efeito cascata que as declara��es cr�ticas de Renan possam trazer ao governo. Temer - segundo uma fonte - est� "obstinado" com a reforma da previd�ncia, n�o quer despender energia com outra coisa e sabe que qualquer dificuldade adicional pode transformar uma marola em um tsunami. Um auxiliar reconheceu que � preciso acalmar o �nimo de Renan para evitar que esse desgaste prejudique ainda mais os dif�ceis trabalhos para a aprova��o da reforma, que depende do elevado qu�rum nas casas.