
Cambridge, EUA - O juiz federal S�rgio Moro criticou o Congresso pela n�o aprova��o das propostas do Minist�rio P�blico para o combate � corrup��o.
Moro participou, neste s�bado, da "Brazil Conference at Harvard & MIT", organizada por estudantes brasileiros na duas universidades americanas.
No evento, Moro afirmou que o pacote de dez medidas de combate � corrup��o proposto pelo Minist�rio P�blico n�o precisa ser aprovado integralmente pelo Congresso, mas n�o pode ser desfigurado pelos parlamentares.
O juiz manifestou frustra��o diante das cr�ticas � iniciativa. "O Parlamento tem de ter sensibilidade em rela��o aos anseios de uma sociedade que se indignou com esses casos graves de corrup��o. Se n�o aprovarem essas [medidas], aprovem outras."
Na avalia��o do juiz federal, duas das dez propostas seriam fundamentais para tornar mais eficaz o combate � corrup��o no Brasil: uma melhor tipifica��o e o aumento da pena para o crime de caixa 2, assim como a criminaliza��o do enriquecimento il�cito dos servidores p�blicos.
Isso permitiria que funcion�rios corruptos que t�m fortunas absolutamente incompat�veis com seus rendimentos fossem punidos mesmo quando n�o surgissem provas detalhadas da pr�tica de corrup��o, segundo ele.
Moro defendeu que o Congresso d� o aval ao menos a medidas menos controversas do pacote proposto pelo Minist�rio P�blico.
"A aprova��o do projeto seria um passo relevante do Congresso Nacional", disse. "As pessoas querem ter esperan�a nas institui��es e querem ter esperan�a no Congresso. Eles s�o os nossos representantes eleitos." Ele tamb�m disse que o projeto de abuso de autoridade amea�a a independ�ncia de ju�zes e se colocou contra a proposta de anistia ao caixa 2.
Dallagnol
Deltan Dallagnol, um dos procuradores da Lava-Jato, disse em outro painel da confer�ncia nos EUA que, at� agora, a opera��o comprovou o pagamento de R$ 6,2 bilh�es em propina. Mas, segundo Dallagnol, o preju�zo causado para a Petrobras pelos contratos chega a R$ 42 bilh�es.
Questionado se era a favor da descriminaliza��o das drogas, S�rgio Moro foi evasivo. "Eu entendo que n�o existe uma solu��o muito f�cil para esse modelo. Talvez seja o caso de algum experimentalismo, mas eu tenho muitas d�vidas sobre o que precisa ser feito", afirmou.
"O tr�fico de drogas � um desafio no mundo inteiro e embora haja controv�rsias sobre a efic�cia do enfrentamento de drogas neste momento, as alternativas tamb�m s�o question�veis, porque n�o se sabe exatamente o resultado da descriminaliza��o."
Moro falou no mesmo audit�rio que havia sido ocupado pela ex-presidente Dilma Rousseff poucas horas antes e disse, em entrevista, n�o ter se encontrado com a petista.