(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Pragm�tico, Filho de Renan se mant�m aliado a Temer


postado em 09/04/2017 08:37

Macei�, 09 - Enquanto o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ganhava o notici�rio na semana passada ao elevar o tom das cr�ticas contra o governo Michel Temer, o governador de Alagoas, Renan Filho, primog�nito do cacique peemedebista, viajava a Bras�lia e tentava evitar que a crise envolvendo seu pai respingue nos repasses federais ao seu Estado.

A mudan�a de postura do l�der do PMDB em rela��o a Temer, ao menos at� agora, n�o ganhou ades�o da fam�lia. Em Macei�, Renan Filho tenta fugir das pol�micas do pai e manter a boa rela��o com o governo, al�m de se concentrar nas articula��es para a sua reelei��o.

�O governo do Estado n�o pode prescindir de investimentos do governo federal. Por que eu deveria abrir m�o de duplicar estradas, receber o Minha Casa, Minha Vida? S� pelo fato de o senador expressar pontos de vista?�, questionou. �Aqui (em Alagoas) n�o h� rompimento. Um rompimento definitivo no mesmo partido n�o � coisa trivial. Tem quem colabora para que n�o haja. Estou preparado para seguir defendendo o que estou fazendo.�

Para opositores, a vers�o do senador distante do filho � mera jogada de marketing. J� para aliados, a atua��o em campos distintos � uma estrat�gia do cl�. A rela��o entre os dois � descrita como fria por pol�ticos pr�ximos e, segundo eles, o pr�prio senador incentiva o filho a trilhar carreira independente. O governador afirma que as duas vers�es est�o corretas.

Nos primeiros anos de governo, Renan Filho levou adiante um ajuste fiscal, nomeou t�cnicos de fora do Estado e enfrentou a ira de amigos do pai. A conta veio nas elei��es do ano passado, quando o PMDB fez 38 das 102 prefeituras alagoanas, mas perdeu para o PSDB em Macei� e Arapiraca, as duas maiores cidades. No Estado, � criticado por ser avesso �s articula��es de bastidores, caracter�stica que � uma das marcas do pai.

Epis�dios que marcaram as brigas pol�ticas alagoanas, como tiroteios e at� paredes da antiga sede do governo �pintadas� de fezes em uma transi��o, ficaram para tr�s. Na nova sede, o Pal�cio Rep�blica de Palmares, um pr�dio espelhado e quente em Macei�, Renan Filho se desdobrava na ter�a-feira para receber romarias de prefeitos. Entre eles o tucano Rog�rio Te�filo, advers�rio que derrotou o PMDB nas urnas em Arapiraca.

Estilo

- Em cargos p�blicos desde 1979, ano do nascimento do primeiro dos tr�s filhos com Maria Ver�nica, o senador, experiente na pr�tica da articula��o pol�tica, adotou um modelo diferente de enfrentamento ao disparar v�deos com cr�ticas a Temer, velho advers�rio dentro do PMDB.

A vers�o �youtuber� � vista no partido como uma estrat�gia para atrair o eleitorado do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) no sert�o e no agreste e, assim, assegurar parte do poder que acumulou nos tempos de presidente do Senado, ministro da Justi�a e figura influente nas conversas entre Congresso e grupos econ�micos do Nordeste e do Sudeste. O PT de Lula, por�m, rompeu com Renan Filho, chamando o PMDB alagoano de �golpista�.

Para continuar no jogo, Renan recorre � tecnologia e novas formas de comunica��o, mas sem abrir m�o de encontros com vereadores e prefeitos. Ele usa o Twitter, o Instagram e programas de r�dio na tentativa de unir aliados e o WhatsApp para conversas em que n�o disfar�a o inc�modo de ser ignorado pelo filho no Estado. �Se ele reclama de mim, imagina do Michel�, diz o governador, tentando minimizar diferen�as.

Defensor

- Enquanto isso, Renan Filho tem o cuidado de demonstrar fidelidade ao pai. Cita em detalhes cada trecho dos processos enfrentados pelo senador para desconstruir as acusa��es, incluindo as relacionadas ao caso extraconjugal do pai com a jornalista M�nica Veloso, que custou m�goas em casa. �Toda fam�lia tem problemas.�

Enquanto Renan, o pai, busca qualquer apoio, Renan, o filho, � aconselhado a se desvencilhar de uma heran�a que n�o lhe interessa mais. Em quase uma hora de entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o governador chamou o senador, na maioria das vezes, pelo t�tulo do cargo. Mesmo em momentos de informalidade evitou cham�-lo de pai. �Eu tenho um papel pr�prio. O senador tamb�m tem�, afirma.

O governador minimiza o duelo sutil que trava com o pai. Diz que toda fam�lia tem diverg�ncias. �S� fa�o esse governo porque ele colabora muito. N�o tem como fazer um governo sem um grupo. Ningu�m faz nada sozinho�, diz.

Na semana em que Renan chamou Temer de Dunga, o governador deixou claro, tamb�m em met�fora, que n�o participa do jogo federal nem romper� com o Planalto, pelo menos at� o pr�ximo ano. �Procuro dialogar. � salutar ouvir e conversar com o governo e o Parlamento. L� est�o os especialistas, a sele��o brasileira. Jogo a S�rie B�, afirma Renan Filho.

Embora fa�a cr�ticas pontuais a propostas da terceiriza��o e da reforma da Previd�ncia do atual governo, Renan Filho n�o assinou a lista dos governadores nordestinos que anteciparam apoio a Lula em 2018.

Renan, o pai, afirmou, por meio de sua assessoria, que tem posi��es pol�ticas claras e que n�o � um homem que �v� e volte�. As ideias e obje��es que tem, por exemplo, sobre uma reforma da Previd�ncia �radical� e a terceiriza��o para atividades fins, diz ele, s�o as mesmas h� d�cadas. �O que os cr�ticos a essa minha postura n�o admitem � discutir os assuntos no m�rito�, afirma.

Persegui��o

- Para o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Luiz Dantas (PMDB), Renan, o pai, sofre uma �persegui��o insana�. Ele rejeita vers�es de que o senador reivindica espa�o na m�quina do Estado. �Ele pode dar conselhos ao governador, mas n�o tem interfer�ncia velada�, afirma. �O governador toca de forma independente.�

Nas �ltimas semanas, o governador atenuou reclama��es, incluindo o pai em visitas a obras e marcando a viagem que fez a Bras�lia para uma quinta-feira. Assim, aproveitou para dar carona no seu avi�o ao senador, que passa os fins de semana em Macei�. Desde que deixou a presid�ncia do Senado, Renan n�o disp�e de aeronave da For�a A�rea Brasileira.

C�mara

- Ao contr�rio de outros nomes influentes do PMDB que disputaram assento na C�mara ap�s passagem pelo Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) n�o pode ser candidato a deputado, apenas a senador. Isto porque o artigo 14, par�grafo 7� da Constitui��o, considera ineleg�vel parente especialmente de governador, salvo se j� for titular de mandato eletivo e candidato � reelei��o.

Nessa disputa, aparecem na lista o tamb�m senador Benedito Lira (PP) e os ex-governadores Teot�nio Vilela (PSDB) e Ronaldo Lessa (PDT), al�m da ex-senadora Helo�sa Helena, da Rede.

Al�m de Maur�cio Quintella, do PR, titular dos Transportes do governo Michel Temer, outro ministro em campanha pela vaga � Marx Beltr�o, do PMDB. Tanto Quintella quanto Beltr�o s�o oponentes diretos do senador. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)