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Estado de Minas

Trabalho de mulheres militares no Bras�l � cercado de sigilo

Apesar de concordar em repassar dados sobre o contingente feminino para centro de estudos sul-americano, Brasil ainda n�o iniciou question�rio para tra�ar diagn�stico


postado em 11/04/2017 07:35

Mesmo com avan�os nas �ltimas d�cadas, o trabalho de mulheres militares � cercado de sigilo em diversas inst�ncias nas For�as Armadas. H� dois anos, o Centro de Estudos Estrat�gicos de Defesa do Conselho de Defesa Sul-Americano (Ceed-CDS) aguarda o Brasil iniciar um question�rio qualitativo com o contingente feminino para tra�ar um diagn�stico da situa��o da mulher militar na Am�rica do Sul.

Apesar de ter sido fruto de um acordo entre as na��es, a recusa do pa�s em coletar e enviar os dados n�o permite que o relat�rio seja finalizado e o imbr�glio causa desconforto.

O CDS foi institu�do em dezembro de 2008 por decis�o dos 12 pa�ses que integram a Uni�o de Na��es Sul-Americanas (Unasul). Anualmente, os ministros da Defesa se re�nem para definir estrat�gias regionais.

Em 30 de novembro de 2012, os representantes se comprometeram com "a igualdade de g�nero, o empoderamento das mulheres e a preven��o, san��o, e erradica��o da viol�ncia contra a mulher". Nesse sentido, definiram um plano de trabalho para tra�ar uma radiografia da mulher militar no continente.

A primeira parte, um question�rio qualitativo, come�ou no ano seguinte. A etapa foi conclu�da no ano passado e apresentada aos ministros em novembro. A outra parte, por�m, tornou-se um inc�modo entre os pa�ses, que � o question�rio qualitativo, iniciado em 2015.

De acordo com documentos internos do Ceed, uma ampla lista de perguntas on-line foi elaborada para que cada na��o aplicasse em uma amostra de militares, resguardando o sigilo da profissional.

As quest�es foram debatidas e aprovadas por representantes dos pa�ses. Todos enviaram as respostas e o Brasil sequer iniciou a pesquisa.

Relat�rios mostram que o pa�s alega n�o ter aprovado formalmente o conte�do das perguntas, entretanto, comunicados internos da Unasul indicam o contr�rio.

A confus�o emperra a publica��o do estudo, j� que a ideia � tra�ar um perfil regional, e o Brasil, quantitativamente, tem o maior peso do continente. Segundo um servidor do Minist�rio da Defesa, que prefere n�o se identificar, o trabalho gerou uma rea��o grande de militares lotados na pasta.

“O pa�s passou a alegar que n�o havia dado aprova��o formal ao question�rio e era necess�rio fazer uma an�lise das perguntas, pois algumas delas estariam em desconformidade com a legisla��o. Ficou muito clara a protela��o.

Esse levantamento seria fundamental para ajudar a comiss�o de g�nero a ter um diagn�stico real da situa��o da mulher.” Procurado desde a �ltima sexta-feira para saber porque n�o iniciou a pesquisa, o Minist�rio da Defesa n�o respondeu ao questionamento.

Ascens�o


O sexo feminino representa 7,6% do efetivo total de militares brasileiros, ficando em quinto lugar no ranking da Am�rica do Sul. Apesar de as mulheres estarem nas tr�s For�as desde 1980, quando a Marinha abriu as portas para elas, o acesso �s armas de combate — cargos de maior prest�gio — ainda � parcial.

Por meio de lei 12.705, a realidade mudou e, atualmente, mulheres est�o em processo de forma��o nas tr�s academias: a Escola Naval, a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e a Academia da For�a A�rea (AFA).

Conforme mostrou o Correio ontem, o pa�s ainda ter� de esperar, em m�dia, 30 anos para que essas mulheres cheguem ao topo da carreira e possam assumir cargos de comando, j� que a possibilidade da ascens�o s� foi dada a elas recentemente.

A for�a que est� mais pr�xima de ter nos quadros uma mulher oficial-general de quatro estrelas, o m�ximo da atual hierarquia militar em tempos de paz, � a Aeron�utica, que iniciou mais cedo a inser��o do sexo feminino na academia, em 2003.

“As oficiais aviadoras formadas pela AFA em 2006 poder�o alcan�ar o posto de tenente-brigadeiro do ar no ano de 2046, ap�s cumprirem os interst�cios regulamentares para a carreira, passarem por avalia��es anuais e serem selecionadas para os postos de oficial-general, sendo estes os mesmos requisitos para os homens”, destacou a corpora��o por meio de nota.

Na opini�o da professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Suzeley Kalil Mathias, estudiosa das For�as Armadas desde 1980, ainda h� uma resist�ncia muito grande em rela��o �s mulheres entre os militares. Para ela, o pa�s est� a “anos-luz” de ter um comando de for�a feminino.

“Eu duvido que essa gera��o, que daqui a 25 anos estaria no generalato, esteja produzindo mulheres em postos de comando. A cultura entre eles � de criar obst�culos e elas dificilmente chegar�o a ser as primeiras da turma”, projeta.


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