Bras�lia, 11 - Relator do processo que pode levar � cassa��o da chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), remarcou para o dia 24 de abril os depoimentos do marqueteiro Jo�o Santana, da empres�ria M�nica Moura e de Andr� Santana, funcion�rio do casal.
As testemunhas ser�o ouvidas �s 9h no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) no �mbito da a��o que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder pol�tico e econ�mico para se reeleger em 2014. Os depoimentos haviam sido originalmente marcados para o dia 17 de abril.
A defesa de Dilma pediu na quinta-feira passada, 6, ao TSE acesso �s dela��es premiadas de Jo�o Santana, M�nica Moura e Andr� Santana. Os advogados dos delatores informaram que n�o podem comentar sobre o teor do acordo de colabora��o premiada, que est� ainda sob sigilo. Os depoimentos de ex-executivos da Odebrecht prestados ao TSE no m�s passado mostram que as dela��es premiadas de Jo�o Santana e M�nica Moura devem revelar detalhes do caixa dois em campanhas do Brasil e no exterior realizadas de 2008 a 2014.
Rela��o
Ao TSE, Maria L�cia Tavares, Luiz Eduardo Soares, Fernando Migliaccio, Hilberto Mascarenhas e o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht revelaram detalhes da rela��o da empreiteira com o casal, conhecido pelo codinome "Feira". No dia 1� de mar�o, Marcelo Odebrecht disse ao TSE que, no caso de Santana, os pagamentos do setor de propina representavam a maior parte do que era destinado ao PT. "E a� � um processo que come�o l� tr�s - estou falando de 2008 - onde eles procuravam acertar com a gente um valor e a gente dar um conforto ao Jo�o Santana, que ele recebia", afirmou.
Primeira delatora a falar sobre as atividades do departamento da propina, a secret�ria Maria L�cia Tavares organizava todos os pagamentos semanais, listados por valor, codinome do destinat�rio, nome da conta do operador e senha. Mesmo com acesso aos sistemas de inform�tica utilizados pelo departamento de propina ela conhecia apenas um codinome da lista da Odebrecht: "Feira".
Em depoimento ao TSE em 6 de mar�o, Mascarenhas afirmou que foram pagos entre US$ 50 milh�es e US$ 60 milh�es para M�nica Moura. Segundo o delator, foram feitos pagamentos ao casal por campanhas no Brasil de 2010, 2012 e 2014 e tamb�m por servi�os realizados no exterior.
"Pessoas de pa�ses que n�s trabalh�vamos, como Angola, Panam�, El Salvador, queriam eles na campanha deles. E eles diziam: 'S� vou se a Odebrecht garantir o pagamento'. Ent�o sobrava para a gente pagar, n�o �?", disse Mascarenhas. Segundo ele, os valores eram sempre "bastante grandes" e M�nica exigia que parte fosse paga no Brasil.
Dinheiro vivo
De acordo com Migliaccio, havia uma sistem�tica para o pagamento realizado � M�nica Moura no Brasil - preferencialmente em reais e em dinheiro vivo. "Ela (M�nica Moura) tamb�m tinha demandas espec�ficas, tipo: eu preciso dessa semana, mas � para Venezuela; do Brasil pode atrasar duas semanas; n�o, n�o, El Salvador tem que ser essa. Ent�o, eu tinha que me organizar. Eu sabia exatamente que n�s pagamos elei��es, pagamos o trabalho dela nas elei��es - muito bem feito, por sinal, o trabalho dela - de El Salvador, Venezuela, Angola, Brasil, Rep�blica Dominicana e Panam�", detalhou Migliaccio.