S�o Paulo e Bras�lia - R�u em cinco processos referentes � Lava-Jato e seus desdobramentos, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva � alvo de outros seis pedidos de investiga��es criminais enviados pelo ministro Edson Fachin - relator do caso no Supremo Tribunal Federal - para a Justi�a Federal de primeira inst�ncia. As solicita��es foram feitas com base em dela��es de executivos e ex-executivos do Grupo Odebrecht.
Lula, segundo delatores, se comprometeu a melhorar as rela��es entre a empreiteira e a presidente Dilma Rousseff em troca de apoio da Odebrecht a projetos de seu filho ca�ula, Lu�s Cl�udio Lula da Silva. O ex-presidente, conforme relatos, tamb�m tinha conhecimento do pagamento de uma mesada a seu irm�o mais velho, Jos� Ferreira da Silva, o Frei Chico.
Segundo depoimento do patriarca da fam�lia, Em�lio Alves Odebrecht, e do ex-diretor de Rela��es Institucionais da empreiteira, Alexandrino Alencar, "o ex-presidente Lula teria se comprometido a melhorar a rela��o entre o Grupo Odebrecht e a ent�o presidente Dilma, sendo que, em contrapartida, receberia o apoio da Odebrecht na atividade empresarial desenvolvida por seu filho Lu�s Cl�udio".
Os delatores dizem que chegaram a se encontrar com o ca�ula de Lula para conhecer o projeto "Touchdwn", que previa a cria��o de uma liga de futebol americano no Brasil. A peti��o de Fachin n�o deixa claro se houve algum repasse da Odebrecht a Lu�s Cl�udio. O filho do petista � investigado na Opera��o Zelotes. A empresa dele, LFT Marketing Esportivo, teria recebido R$ 2,5 milh�es da Mautomi & Marcondes, que representava montadoras de autom�veis em Bras�lia.
'Mesada'
Em outro depoimento, Alexandrino e o ex-chefe do chamado departamento de propinas da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, disseram que Frei Chico recebia uma esp�cie de mesada da empreiteira. "Os pagamentos eram efetuados em dinheiro e contavam com a ci�ncia do ex-presidente", diz a peti��o.
Irm�o mais velho de Lula e ex-militante do Partido Comunista, Frei Chico foi o respons�vel por despertar o interesse do ex-presidente pela pol�tica e iniciar o petista pelo sindicalismo. Ele n�o foi encontrado ontem.
Oito delatores, entre eles Em�lio e seu filho Marcelo Odebrecht, relataram outros casos env0lvendo o ex-presidente.
Um deles � a suposta negocia��o em torno da edi��o da Medida Provis�ria 703/15 que regulamenta a possibilidade de acordos de leni�ncia entre o poder Executivo e pessoas jur�dicas sem a participa��o do Minist�rio P�blico.
Outro pedido de abertura de inqu�rito diz respeito �s obras realizadas pela Odebrecht no s�tio usado por Lula em Atibaia e � compra de um terreno para o Instituto Lula em S�o Paulo.
Os outros dois pedidos enviados por Fachin � Justi�a Federal de Curitiba tratam de dela��es sobre a��es no setor petroqu�mico, �rea de interesse da Brakem, empresa do Grupo Odebrecht, e de supostas interfer�ncias de Lula junto a autoridades de Angola em favor da empreiteira.
Fachin tamb�m enviou � Justi�a Federal de S�o Paulo trechos da dela��o de Alexandrino que falam em um suposto pedido de caixa 2 de Lula para a campanha de Fernando Haddad � prefeitura em 2012.
Defesas. O Instituto Lula informou que "os advogados n�o conhecem os autos, reiteram que Lula nunca agiu na ilegalidade e que o ex-presidente vem sendo alvo de acusa��es fr�volas e sem nenhuma materialidade".
Fernando Haddad (PT) afirmou que "nunca soube que Lula tivesse tratado de arrecada��o de recursos" para sua campanha. Ele afirmou que contrariou os dois principais interesses da empreiteira na cidade durante seu governo. (Colaboraram Breno Pires, F�bio Fabrini e Marcelo Godoy)