Bras�lia, 12 - O empres�rio Em�lio Odebrecht, presidente do conselho de administra��o da holding Odebrecht, disse em relato por escrito � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), no �mbito de sua colabora��o na Lava Jato, que discutia com o ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva doa��es para campanhas do PT.
O "apoio" ao petista e seus aliados, segundo o empreiteiro, remonta � �poca em que ele nem sequer era candidato e se estendeu ao per�odo em que Lula comandou o Pa�s. "Lembro de, em uma dessas ocasi�es, ter disso ao ent�o presidente que o pessoal dele estava com a goela muito aberta. Estavam passando de jacar� para crocodilo", contou Em�lio.
O relato do empres�rio consta do material reunido pela Procuradoria Geral da Rep�blica e que baseou os pedidos de inqu�rito ao Supremo Tribunal Federal. Ele disse que pedidos de ajuda eram sempre feitos por Lula diretamente a ele, mas que os dois sempre designavam um representante de cada lado para negociar valores e tratar de detalhes.
Palocci
No caso do PT, inicialmente o interlocutor era o ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil e Fazenda), atualmente preso em Curitiba. Do lado da Odebrecht, os designados foram Pedro Novis e, a partir de 2009, Marcelo Odebrecht, filho de Em�lio, que assumiu o comando da holding da empreiteira.
Em algumas ocasi�es, segundo Em�lio, Marcelo pediu ao pai que conversasse com Lula para "informar valores e esclarecer d�vidas". "Lembro de, algumas vezes, ter dito a ele algo como: 'Presidente, seu pessoal quer receber o m�ximo poss�vel, e meu pessoal quer pagar o m�nimo necess�rio. J� instru� meu pessoal para chegar ao melhor acordo, e pe�o tamb�m ao senhor para conversar com seu pessoal para aliviar a press�o'", afirmou Em�lio.