O empres�rio Marcelo Odebrecht, em depoimento de dela��o premiada, afirmou que em 2013 o ent�o ministro da Fazenda Guido Mantega pediu R$ 100 milh�es para a campanha presidencial de Dilma Rousseff - a petista disputou as elei��es no ano seguinte. Em troca, Mantega atuou junto ao governo e tamb�m no Congresso para a aprova��o de uma medida provis�ria para beneficiar a Braskem, outra empresa ligada ao Grupo Odebrecht.
Ficou acordado que para que isso fosse poss�vel, o governo deveria aprovar uma medida provis�ria para beneficiar a Braskem. A MP 613/13 foi aprovada no Congresso, no Senado e sancionada pela presid�ncia em menos de um m�s. O texto determinava a concess�o de in�meros benef�cios e incentivos � produ��o de etanol e � ind�stria qu�mica por meio de cr�dito presumido e redu��o de al�quota do PIS/Pasep e Cofins.
Em cerca de 20 minutos de depoimento, Odebrecht diz que no Brasil "se voc� n�o tem acesso ao rei, n�o consegue aprovar nada" e quando leis do interesse da empresa eram aprovadas, n�o sabia se eram por quest�es t�cnicas ou por causa de pagamentos feitos aos pol�ticos. Ele afirmou que foram feitos estudos t�cnicos para justificar a medida que traria benef�cios � ind�stria do Pa�s, mas a partir do momento que eram iniciadas conversas com parlamentares, estes "ficavam na expectativa" de receber propina ou at� mesmo doa��es para futuras campanhas.
O empres�rio afirma que pagou R$ 4 milh�es ao senador Romero Juc� (PMDB-RR) para a aprova��o da MP. Na ocasi�o, o empres�rio autorizou o pagamento ao senador. E justificou: "Expliquei a Claudio (Melo Filho, executivo), acerte com Juc�, porque a� l� na frente ele vai pedir um valor absurdo para campanha e a� n�o vai aparecer ningu�m para pagar. J� autorize para alinhar com os neg�cios dos benefici�rios de cada medida aprovada no Congresso". O objetivo era gerar uma expectativa aos deputados e senadores que, se eles atuassem pelos interesses da Odebrecht, receberiam dinheiro para bancar candidaturas.
O delator diz por v�rias vezes que tinha total acesso ao ministro Mantega. E que quando se encontravam, ele sabia que conversava "com o grande doador" e ficava impl�cito a obriga��o de um "trabalhar" em benef�cio do outro.
Defesa
Em nota divulgada nesta ter�a-feira, 11, o senador Romero Juc� afirmou: "Sempre estive e sempre estarei � disposi��o da Justi�a para prestar qualquer informa��o. Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legisla��o e tive todas as minhas contas aprovadas".