As rela��es da empreiteira Odebrecht durante a campanha presidencial de 2014 com o ent�o candidato o senador A�cio Neves, pelo PSDB, foram relatadas em dela��o por Marcelo Odebrecht, que comandou a companhia. O senador disputava com a ex-presidente Dilma Rousseff. Odebrecht contou que a “primeira conversa” com o senador tucano ocorreu ainda na pr�-campanha.
“Do ponto de vista oficial a gente equilibrou o valor de A�cio com o valor de Dilma”, prosseguiu ele no depoimento gravado em v�deo pela for�a-tarefa da Lava-Jato. O empres�rio disse tamb�m que, na v�spera do primeiro turno da elei��o 2014, ganhou for�a a possibilidade de a petista levar j� no primeiro turno. Segundo ele, o tucano “precisava de um f�lego” e o procurou.
“Pediu um encontro comigo. Eu falei 'A�cio, � complicado, eu n�o posso aparecer doando mais pra voc� do que pra Dilma'. Ele tamb�m tinha assumido compromisso de apoiar algumas candidaturas e coincidiu algumas pessoas que a gente tinha rela��o, eu lembro, ele falou alguns nomes. Agripino. Eu disse 'p� A�cio, esse � um candidato que n�o tem nenhum problema, ent�o a gente apoia'”. Odebrecht contou ter combinado o repasse com o diretor da empreiteira em Minas, S�rgio Neves. “Olha S�rgio, procura o Osvaldo (Osvaldo Borges, outro quadro ligado ao PSDB) e acerta o valor de 15 (milh�es)."
Ainda no relato feito, Marcelo Odebrecht relatou sobre suas liga��es com A�cio no que se tratava de neg�cios da empreiteira em Furnas Centrais El�tricas. “Quem cuidava da rela��o de contribui��es, qualquer pedido naquela �poca, estou falando de 2000, era o Henrique, respons�vel pelo nosso neg�cio de energia. Tinha interesse e, principalmente, lidava com Dimas (Toledo, ex-presidente da estatal de energia e antigo aliado de A�cio). Dimas, na �poca, era um operador informal do PSDB.”
“Ent�o, nesse momento foram feitas contribui��es relevantes”, seguiu o delator. “Praticamente, com a assun��o do governo Lula, passou a ser grande a interface nossa com o PSDB. Eu n�o sei precisar quantas dessas contribui��es do PSDB foram para o A�cio, para os candidatos, quanto isso foi de caixa dois. Como � coisa antiga... sei que eram montantes relevantes, a gente t� falando da ordem de pelo menos 50 milh�es. O Henrique comentou uma �poca, eu at� estimulei, 'olha, � o �nico ponto que a gente tem hoje de relacionamento com o PSDB, A�cio � uma pessoa importante, vai ser importante, eu acho que vale a pena voc� assumir essas contribui��es'.”
Odebrecht citou Osvaldo Borges. “A� entra o governo estadual de Minas, A�cio � eleito governador. A partir da� essas contribui��es de Dimas e A�cio governador, quem passou a ser, assim, tesoureiro informal era mais o Osvaldo Borges. Bom, a partir desse momento eu tamb�m comecei a criar uma rela��o crescente com A�cio, comecei a ter contatos mais constantes com ele. N�o s� pra discutir pol�tica, tudo que � tipo de coisa”. “Eu me lembro de ter tido v�rias reuni�es com A�cio”, declarou.
Defesa
Em nota divulgada nesta ter�a-feira, 11, o presidente do PSDB, senador A�cio Neves (MG), disse considerar importante o fim do sigilo do conte�do das dela��es premiadas dos ex-executivos da Odebrecht. Na nota, o tucano diz que ele pediu ao ministro Edson Fachin, relator da Opera��o Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), a quebra dos sigilos e que agora "ser� poss�vel desmascarar as mentiras e demonstrar a absoluta corre��o de sua conduta".