Bras�lia, 13 - Em dela��o premiada realizada no final do ano passado, o ex-diretor de Rela��es Institucionais da Odebrecht Cl�udio Melo Filho detalha os procedimentos que foram realizados para os repasses de recursos il�citos ao relator da reforma da Previd�ncia, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), na campanha de 2010. Ao todo, segundo ele, teriam sido desembolsados R$ 250 mil em caixa 2.
O depoimento, que faz parte das investiga��es encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal no �mbito da Lava Jato, foi gravado no dia 12 de dezembro de 2016, na sede da Procuradoria Geral da Rep�blica (PGR).
"Ele me procurou dizendo que tinha uma rela��o antiga com a empresa e queria saber se naquele ano de 2010, j� que ele se lan�ava para um desafio maior, de ser deputado federal, se ele poderia vir a contar com o apoio da empresa. Receber algum tipo de contribui��o para a campanha eleitoral dele", afirma Melo Filho.
Segundo ele, ap�s a conversa ficou acertado que seriam repassados R$ 250 mil do Setor de Opera��es Estruturadas da Odebrecht, respons�vel pelo pagamento de recursos de caixa 2.
"O montante foi efetivamente passado. Consta nas planilhas que apresentamos como anexo nas datas de 27/8/2010; 10/09/2010 e 1/10/2010", diz o delator. Na primeira data teriam sido pagos R$ 100 mil, na segunda o mesmo valor e na �ltima a parcela R$ 50 mil.
Na �poca, Arthur Maia integrava o PMDB comandado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima. A rela��o entre Maia e Melo Filho se intensificou ap�s o candidato ser eleito para a C�mara. "T�nhamos uma rela��o que foi se fortalecendo", ressaltou.
Segundo o ex-diretor da Odebrecht, a empresa voltou a fazer novos aportes na campanha � reelei��o do deputado, em 2014, mas desta vez de forma oficial. O valor repassado, segundo Melo Filho, foi de R$ 349.972. Os aportes teriam sidos efetivados pela Braskem e CBPO Engenharia, ligadas � Odebrecht.