Bras�lia, 13 - O ex-presidente da Construtora Norberto Odebrecht Benedicto J�nior, o 'BJ', confirmou em dela��o premiada ter autorizado doa��o eleitoral por meio de caixa dois ao atual ministro das Rela��es Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB). Dois repasses no total de R$ 500 mil abasteceram a campanha do tucano ao Senado, em 2010.
Na dela��o, o ex-executivo fala das inten��es da empreiteira ao realizar a doa��o. Questionado por procuradores da Rep�blica sobre o que a Odebrecht esperava de Aloysio, o delator responde: "Que, se eleito, tivesse uma rela��o de confian�a conosco, tivesse fluidez nas demandas que a gente fizesse, de receber-nos, de ajudar em assuntos que estivessem na al�ada que ele pudesse contribuir".
BJ, como era chamado na empresa, era um dos principais autorizadores de pagamentos n�o oficiais. No caso de Aloysio, o repasse foi feito pelo Setor de Opera��es Estruturadas, conhecido como o departamento da propina do grupo.
Em 2010, BJ foi procurado por Carlos Armando Paschoal, executivo respons�vel por demandas de S�o Paulo, com a solicita��o do pagamento a Aloysio Nunes. "O Carlos ponderou que ele era uma pessoa proeminente do PSDB em S�o Paulo e que a companhia deveria fazer a doa��o. Eu autorizei", diz BJ. O delator diz que n�o tem ci�ncia de demandas levadas a Aloysio Nunes pela empreiteira.
Carlos Armando Paschoal, no entanto, relata na dela��o que na �poca em que foi procurado por Aloysio - ent�o chefe da Casa Civil do governo de S�o Paulo - , a Odebrecht estava em negocia��es com a Dersa sobre aditivos contratuais na obra do Rodoanel.
Quando o tucano pediu doa��o � campanha ao Senado, Paschoal comentou sobre as pend�ncias com a Dersa e Aloysio se comprometeu a interceder a favor da empresa, segundo descreve a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) no pedido de abertura de inqu�rito encaminhado ao STF. Aloysio � investigado por suposta pr�tica de corrup��o passiva.
O pagamento � campanha do tucano foi feito em dinheiro, no Brasil, em duas parcelas de R$ 250 mil cada uma. Na ocasi�o, o codinome utilizado para identificar Aloysio foi "Manaus".
Defesa
O ministro Aloysio Nunes Ferreira tem repetido que as acusa��es s�o mentirosas, mas s� vai se manifestar depois que tiver acesso formal ao conte�do do pedido de inqu�rito.