
S�o Paulo - O patriarca da Odebrecht, Emilio Odebrecht, declarou � Opera��o Lava-Jato que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva atuou, ap�s um pedido do filho Marcelo Odebrecht, para ampliar uma linha de cr�dito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) em Angola. Segundo o delator, ele pediu ‘um aumento de US$ 1.2 bilh�es’, mas foi atendido em US$ 1 bilh�o.
Emilio Odebrecht disse � Procuradoria que ‘quem paga a linha de cr�dito � o governo de Angola aos exportadores brasileiros’. O financiamento, afirmou, j� existia e ‘foi s� ampliado’.
Lula foi presidente da Rep�blica entre 2003 e 2009.
“Marcelo realmente me pediu esse apoio para que conversasse com Lula. Foi num per�odo em que houve uma queda de petr�leo muito grande. Angola estava com isso com restri��es or�ament�rias, de disponibilidade deles, ent�o, o or�amento mingou bastante. Era importante que houvesse uma amplia��o na linha de cr�dito que Brasil tinha com Angola. Eu me lembro que tinha um valor que n�s chegamos com as outras empresas, a dimensionar, porque isso n�o era s� para a Odebrecht, era para a Odebrecht e outras”, relatou.
Emilio afirmou n�o saber informar com quem Lula tratou da linha de cr�dito em Angola.
“Linha de cr�dito que j� existia e que a nossa provoca��o foi aumentar, que era uma forma de no per�odo suprir aquele per�odo que Angola estava com restri��es or�ament�rias, fruto da redu��o do pre�o do petr�leo. Foi pedido. Eu me lembro que eu cheguei para o Lula, que estava em tramita��o, se ele pudesse que ele conhecia o trabalho que as empresas estavam fazendo, n�s em particular. Se ele pudesse prestigiar para que n�o houvesse dificuldades na extens�o dessa linha de cr�dito, era um pedido que eu estava fazendo para ele”, contou.
“Extens�o de valor, aumentar. N�s pedimos, se n�o me engano, em torno de um aumento de US$ 1.2 bilh�es e se eu n�o me engano fui atendido em torno de US$ 800 milh�es, US$ 900 milh�es. Parte disso foi resolvido, foi atendido pelo governo. Isso desafogou l�.”
O pedido, segundo Emilio, foi feito ‘em 2008, 2009’. “A aprova��o terminou sendo em 2010”, declarou. “E o valor aprovado foi US$ 1 bilh�o.”
“S� sei que houve a conclus�o. N�o como n�s gostar�amos, as empresas todas que trabalhavam l� gostariam, mas foi atendido em sua grande parcela”, afirmou.
O Minist�rio P�blico Federal questionou o empreiteiro sobre as garantias dadas por Angola. “Essas da� s�o as melhores poss�veis, petr�leo.” (Julia Affonso e Fausto Macedo)
Com a palavra, Lula
Na quarta-feira, 12, quando as dela��es da Odebrecht foram tornadas p�blicas, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, se manifestou desta forma.
Nota
A imprensa dedicou hoje in�meras manchetes �s dela��es que o Minist�rio P�blico Federal negociou com executivos do Grupo Odebrecht e, como tem ocorrido, o ex-Presidente Luiz In�cio Lula da Silva foi o destaque da maioria delas. O vazamento ilegal e sensacionalista das dela��es, nos trechos a ele referentes, apenas refor�a o objetivo esp�rio pretendido pelos agentes envolvidos: manchar a imagem de Lula e comprometer sua reputa��o. Mas o que emergiu das dela��es, ao contr�rio do que fez transparecer esse esfor�o midi�tico, � a inoc�ncia de Lula - ele n�o praticou nenhum crime.
� n�tido que a For�a Tarefa s� obteve dos delatores acusa��es fr�volas, pela aus�ncia total de qualquer materialidade. O que h� s�o falas, suposi��es e ila��es - e nenhuma prova. As fantasiosas condutas a ele atribu�das n�o configuram crime.
Desde 4 de mar�o de 2016. o ex-Presidente passou a ser v�tima direta de sucessivas ilegalidades e arbitrariedades praticadas no �mbito da Opera��o Lava Jato para destruir sua trajet�ria, constru�da em mais de 40 anos de vida p�blica. Lula j� foi submetido � priva��o da liberdade sem previs�o legal; buscas e apreens�es; intercepta��es telef�nicas de suas conversas privadas e divulga��o do material obtido; e levantamento dos sigilos banc�rio e fiscal, dentre outras medidas invasivas.
A despeito de n�o haver provas, o ex-Presidente foi formalmente acusado, apenas com base em “convic��es”. Depois de 24 audi�ncias em Curitiba e a oitiva de 73 testemunhas apenas em um dos processos, salta aos olhos a inoc�ncia de Lula. Ao final dessa nova onda, o que sobrar� � o mesmo desfecho melanc�lico vivido pelo senador cassado Delc�dio do Amaral: ca�ram por terra suas teses. Delc�dio aceitou acusar o ex-Presidente em troca da sua liberdade e depois foi desmentido por testemunhas ouvidas em ju�zo, quando ent�o n�o podiam mentir.