Delator entrega planilha com 4 repasses de caixa 2 a Roberto Freire, da Cultura

Bras�lia, 15 - O ex-executivo da Odebrecht Carlos Armando Guedes Paschoal entregou em sua dela��o premiada uma planilha com quatro repasses que teriam sido feitos ao atual ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS-SP). Segundo o delator da Odebrecht, os pagamentos foram efetuados de 22 de julho a 14 de outubro de 2010 e totalizaram R$ 200 mil.

O objetivo da empreiteira, de acordo com Paschoal, era ajudar a campanha de Roberto Freire para o cargo de deputado federal em 2010 por meio de caixa 2. O apelido de Freire na planilha da Odebrecht era "Curitiba".

"E no caso dele, curiosamente, eu tenho at� as datas que foram feitas as entregas: 22 de julho, 12 de agosto, 16 de setembro e depois em outubro, 14 de outubro", relatou Paschoal.

De acordo com o delator, houve um pedido do senador Jos� Serra (PSDB-SP) ao ex-presidente do grupo Odebrecht Pedro Novis para que a empreiteira apoiasse Roberto Freire.

"Se n�s formos lembrar, a base pol�tica do Roberto Freire n�o era S�o Paulo, n�o � S�o Paulo, e eu me lembro que houve um pedido do Jos� Serra ao doutor Pedro Novis para que n�s apoi�ssemos o Roberto Freire", disse Paschoal.

Apesar das suspeitas de falsidade ideol�gica eleitoral em torno dos pagamentos a Roberto Freire, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu remeter os autos ao procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, para se manifestar sobre a poss�vel prescri��o do crime.

"Considerando a data do fato, a pena m�xima prevista para o delito do art. 350 do C�digo Eleitoral, a idade do investigado e o disposto nos arts. 107, inciso IV, 109, inciso III e 115, todos do C�digo Penal, antes de decidir sobre a instaura��o do inqu�rito, importa colher a manifesta��o do Procurador-Geral da Rep�blica sobre eventual extin��o da punibilidade do delito narrado", escreveu Fachin em sua decis�o.

Defesa

Em nota, o ministro Roberto Freire afirmou que, "em toda sua vida p�blica, nunca teve contato com os senhores Pedro Novis, Carlos Armando Guedes Paschoal e Benedicto Barbosa da Silva Junior, e que nunca pediu e nem recebeu doa��es destes senhores para suas campanhas" e que "tamb�m n�o autorizou nenhuma pessoa a lhe representar em qualquer situa��o".

O

Estado

procurou a assessoria do senador Jos� Serra desde sexta-feira, mas at� a publica��o deste texto n�o tinha obtido resposta.