(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Delator ligou 32 vezes para Padilha em datas pr�ximas a pagamentos de propina


postado em 16/04/2017 22:07

Bras�lia, 16 - O registro de 32 chamadas telef�nicas feitas pelo ex-diretor da Odebrecht Jos� de Carvalho Filho ao hoje ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em 2014, � um dos documentos apresentados pelo delator para provar o acordo e o pagamento de R$ 9 milh�es n�o contabilizados ao grupo do PMDB formado por Padilha, Moreira Fraco, ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia, e pelo presidente Michel Temer.

Jos� Carvalho apresentou, em dois anexos, o registro da planilha do Drousys - software que era utilizado para organizar e gerenciar o pagamento de propina - com pagamentos que relaciona aos dois ministros, sob as alcunhas "Angor�" e "Primo", ambas atribu�das a Moreira Franco.

"Nitidamente se percebe a correla��o dos dois eventos com as duas concentra��es de liga��es telef�nicas com Eliseu Padilha", dizem dois documentos do delator, que depois confirmou as informa��es em depoimento gravado em v�deo.

O primeiro pagamento, de R$ 4 milh�es, foi feito a pedido de Moreira Franco, que chefiava a Secretaria da Avia��o Civil do governo Dilma, mas foi Eliseu Padilha, que o sucedeu no aludido minist�rio, quem tratou do recebimento dos valores acertados com intermedia��o de Jos� Carvalho.

O segundo acerto foi feito no jantar do Pal�cio do Jaburu com a presen�a de Marcelo Odebrecht, Cl�udio Melo Filho, Eliseu Padilha e Michel Temer. Os valores neste caso eram de R$ 10 milh�es sob pretexto de utiliza��o nas campanhas do PMDB em 2014, mas apenas R$ 4 milh�es seriam destinados a Padilha, que alocaria internamente no partido.

Este valor posteriormente subiu em R$ 1 milh�o porque houve uma cobran�a do ent�o deputado Eduardo Cunha por uma parte. Os outros R$ 6 milh�es que completariam os R$ 10 milh�es acertados no Pal�cio do Jaburu foram encaminhados diretamente para a campanha de Paulo Skaf ao governo de S�o Paulo naquele ano. Esse valor, segundo o chefe do departamento de Opera��es Estruturadas, Hilberto Mascarenhas Silva, foi entregue a Duda Mendon�a, marqueteiro do presidente da Fiesp.

Al�m dos telefonemas, Jos� de Carvalho Filho disse que se encontrou pessoalmente com Padilha, no gabinete do peemedebista, para saber o endere�o onde os recursos seriam entregues e, nesta mesma ocasi�o, repassou-lhe a senha para pagamento, feito com recursos n�o contabilizados, do Departamento de Opera��es Estruturadas - o "Departamento da Propina".

"Crimes graves"

O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, no pedido de abertura do inqu�rito agora iniciado contra Moreira Franco e Padilha, disse que "h� fortes elementos que indicam a pr�tica de crimes graves, consistente na solicita��o por Eliseu Padilha e Moreira Franco de recursos il�citos em nome do Partido do Movimento Democr�tico Brasileiro - PMDB - e de Michel Temer, a pretexto de campanhas eleitorais".

Os pagamentos descritos com detalhes pelos delatores "n�o revelam mera doa��o eleitoral irregular", segundo Janot. "Vislumbra-se, na verdade, uma solicita��o indevida em raz�o da fun��o p�blica que se almeja ou que ocupa, a pretexto de campanha eleitoral, sem qualquer comprova��o de que os valores foram efetivamente utilizados na campanha eleitoral, alguns deles solicitados e recebidos fora do per�odo destinado � arrecada��o de recursos", afirmou o procurador-geral.

Por esta raz�o, prossegue Janot, "h� fortes ind�cios de que se est� diante de crimes graves que precisam ser minuciosamente investigados".

Janot, entretanto, esclareceu que o presidente Michel Temer n�o poder� ser investigado neste momento por deter a chamada "imunidade tempor�ria", segundo a qual os presidentes n�o podem ser processados por atos cometidos fora do mandato.

Outro lado

Ap�s o Grupo Estado revelar em primeira m�o a Lista de Fachin, na �ltima ter�a-feira (11), as defesas dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco afirmaram, por meio de assessores, que n�o v�o comentar a abertura de inqu�rito contra eles no Supremo Tribunal Federal.

Neste domingo, a assessoria de imprensa de Padilha disse que ele "confia nas institui��es brasileiras, raz�o pela qual registra que tem certeza de que com a abertura das investiga��es lhe ser� garantida a oportunidade para exercer amplamente seu direito de defesa".

Em nota, Paulo Skaf disse desconhecer "totalmente" as supostas licita��es. "Reiteramos que todas as doa��es recebidas pelas campanhas de Paulo Skaf ao governo de S�o Paulo est�o devidamente registradas na Justi�a Eleitoral, que aprovou suas presta��es de contas sem qualquer reparo", afirmou, em nota. "Paulo Skaf nunca pediu e nem autorizou ningu�m a pedir qualquer contribui��o de campanha que n�o as regularmente declaradas".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)