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Estado de Minas

Su��a fornece dados de servidor da Odebrecht ao Brasil sobre caminho do dinheiro


postado em 17/04/2017 18:37

Genebra, 17 - A Su��a compartilhou com os procuradores da Opera��o Lava Jato dados do servidor da Odebrecht no pa�s referentes a pagamentos de propinas, com datas, benefici�rios e rota dispon�vel do dinheiro. No total, os su��os confiscaram 2 milh�es de documentos, e-mails, extratos banc�rios e contratos sobre movimenta��es financeiras da construtora em todo o mundo.

Os dados, segundo os procuradores, devem confirmar conte�dos de dela��es premiadas de ex-executivos da empresa contra vers�o contestat�ria de quase a totalidade dos pol�ticos que s�o alvo de inqu�ritos no Supremo Tribunal Federal. O senador Romero Juca (PMDB-RR) chegou a chamar os depoimentos de "fic��es premiadas".

Quando a Lava Jato come�ou em 2014, parte dos rastros de pagamentos no Brasil pela Odebrecht foi destru�da. J� o servidor que armazena as movimenta��es de dinheiro da empresa direcionado a propinas foi mantido em Genebra. Sua exist�ncia foi revelada pelos pr�ximos ex-funcion�rios da construtora.

Em janeiro deste ano, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, estava com uma reuni�o marcada com o procurador su��o Michael Lauber, em Berna. Antes do encontro, os su��os disseram a Janot que teriam uma "boa not�cia" em rela��o aos dados dos servidores. Mas a reuni�o jamais ocorreu, j� que horas antes o brasileiro teve de retornar ao Pa�s por causa da morte do ministro do Supremo, Teori Zavascki.

At� agora, foram mais de mil rela��es banc�rias identificadas com a Odebrecht em contas na Su��a, com o bloqueio in�dito de mais de US$ 1 bilh�o. Os dados tamb�m mostraram que, apenas pelas movimenta��es da Odebrecht, cerca de US$ 635 milh�es passaram pelas contas secretas.

Destrui��o

Em documento obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo no Tribunal Federal Su��a, de 21 de dezembro de 2016, os su��os informam que houve tentativa da Odebrecht em destruir as informa��es do servidor da empresa mantido no pa�s. "Grande parte dos dados foi deletado antes por ordens da dire��o ou foi encriptada. Mas elas puderam ser restauradas e decriptadas", indicou o documento.

"Al�m disso, milhares de listas foram confiscadas e partes de pagamentos registrados no sistema de contabilidade paralelo foram listadas, com refer�ncia �s datas dos pagamentos, o valor e o n�mero de codinomes dos recipientes, al�m da pessoa respons�vel pelo pagamento", dizem os su��os.

'Armadilha'

O acesso ao servidor come�ou a se tornar uma realidade quando Fernando Miggliaccio, ex-executivo da Odebrecht e respons�vel por fazer pagamentos de propinas, foi preso em Genebra. Em seu depoimento diante do juiz federal S�rgio Moro, ele contou que foi v�tima de uma "armadilha" por parte do Minist�rio P�blico da Su��a. Miggliaccio foi preso em Genebra em fevereiro de 2016 e sua deten��o foi considerada como fundamental para os investigadores.

Os dados que estavam com ele eram considerados essenciais para entender o pagamento de supostas propinas em diversos pa�ses.

No in�cio da Lava Jato, Miggliaccio foi transferido para fora do Brasil e passou a viver entre a Rep�blica Dominicana e os Estados Unidos. Em fevereiro do ano passado, Miggliaccio revelou que recebeu uma liga��o de um dos bancos onde tinha conta em Genebra, solicitando sua presen�a f�sica para fechar a conta. "Eu tinha uma conta. � um direito que todos temos", disse. "Mas o procurador da Su��a armou uma armadilha para mim", revelou.

"Ele (o procurador) sabia que eu ia l� fechar a conta. Eles na Su��a j� tinham conhecimento das den�ncias da Odebrecht e sabia que eu era quem controlava tudo isso. Por isso, armou isso", disse. "Eu n�o queria ir para l� (Genebra). Foram eles que ligaram para que eu fosse para l�. Depois, ele (o procurador) me disse que montou a armadilha", disse.

Miggliaccio passou a responder a um processo por lavagem de dinheiro na Su��a e prestou, nos tr�s meses preso, um total de 14 depoimentos. Em meados do ano passado, depois de aceitar fechar um acordo de dela��o premiada no Brasil, voltou ao Pa�s.


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