(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Sem credibilidade, partidos perdem legitimidade, diz FHC em Lisboa


postado em 18/04/2017 12:07

Lisboa, 18 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso salientou em palestra nesta ter�a-feira, 18, em Lisboa, que, quando as pessoas deixam de acreditar nos partidos, essa rela��o deixa de dar legitimidade ao representante. "Este � o problema que n�s temos. A crise que estamos vivendo n�o � propriamente uma crise, � uma muta��o da civiliza��o e que tem consequ�ncias pol�ticas", disse, durante a principal confer�ncia durante o V Semin�rio Luso-Brasileiro de Direito, na capital portuguesa.

O evento, promovido pela Escola de Direito de Bras�lia do Instituto Brasiliense de Direito P�blico (EDB/IDP) e pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL), ocorre tamb�m nesta quarta e quinta-feiras (19 e 20) e conta com uma s�rie de participantes brasileiros. "Vamos cruzar os bra�os por causa disso ou vamos jogar fora aquilo que foi feito desde o s�culo XIX? N�o, vamos ter que adaptar, vamos ter que adaptar as nossas institui��es ao modo de viver contempor�neo", afirmou o tucano.

FHC questionou, ent�o, como � que se pode fazer democracia sem partidos. Disse que n�o daria muitos detalhes, mas que recomendou � sua pr�pria legenda que organizasse diret�rios virtuais. "Ningu�m vai sair de casa para decidir o pequeno poder pol�tico dentro do partido. Ningu�m quer saber quem � o deputado, o presidente do diret�rio... Isso n�o est� interessando � popula��o", concluiu, acrescentando que, como presidente de honra, n�o tem poder nenhum dentro da agremia��o tucana "gra�as a Deus".

O ex-presidente ressaltou que, atualmente, as pessoas se conectam de outra maneira, ent�o � preciso abrir uma brecha. "Um fato aberrante: no meu pa�s, depois da democracia, presidente eleito mesmo pelo voto foram quatro - dois dos quais sofreram impeachment. Alguma coisa est� errada", relatou a uma plateia de portugueses e brasileiros.

Fernando Henrique explicou que um deles (Fernando Collor de Melo) era conhecido como de direita e a outra (Dilma Rousseff), de esquerda. "Esses termos s�o confusos hoje e n�o correspondem ao que significavam no s�culo passado. Os deputados n�o correspondem nem a uma coisa e nem a outra. S�o os mesmos interesses corporativos e outros que est�o circulando no Congresso o tempo todo", avaliou.

FHC contou que, quando era presidente, ficou "chocado" algumas vezes. "Quando voc� vai discutir com os partidos, cad� os partidos? N�o, aqui � a frente governista, que vai eventualmente para direita ou esquerda. Outra � da frente da sa�de p�blica, a outra � da frente de n�o sei o qu�. Voc� n�o est� discutindo com o partido, voc� est� discutindo com causas ou interesses organizados a partir daquela fragmenta��o", relatou.

O ex-presidente disse ainda que a estrutura que existe encaixando todos esses interesses est� mantida. Para ele, o momento � complicado no Pa�s, mas � um bom momento para quem est� fazendo pol�tica porque d� para pensar como � que vai se organizar tudo isso mais � frente. "Essa coisa de ter sido soci�logo � complicado. Voc� sabe das coisas, ou pensa que sabe. E, no pensa que sabe, erra", disse. "� dif�cil projetar um processo decis�rio daqui para a frente", completou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)