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Estado de Minas

Jo�o Santana e Monica Moura dizem que receberam caixa 2 em campanha de Dilma

O casal disse ter recebido ao menos R$ 15 milh�es entre 2010 e 2011 como pagamentos n�o registrados para a campanha do PT ao Planalto


postado em 18/04/2017 21:19 / atualizado em 18/04/2017 22:17

Os marqueteiros Mônica Moura e João Santana, um dia depois de terem a prisão decretada pela Justiça(foto: FRANKLIN DE FREITAS/AGB/ESTADAO CONTEÚDO)
Os marqueteiros M�nica Moura e Jo�o Santana, um dia depois de terem a pris�o decretada pela Justi�a (foto: FRANKLIN DE FREITAS/AGB/ESTADAO CONTE�DO)

Os marqueteiros Jo�o Santana e Monica Moura afirmaram hoje (18) que receberam dinheiro de caixa 2 para coordenar a campanha de Dilma Rousseff � presid�ncia da Rep�blica, em 2010. Em depoimentos anteriores, o casal havia dito que os pagamentos recebidos na Su��a eram referentes a campanhas realizadas fora do Brasil.

“Na �poca, ainda atordoado pela pris�o, preocupado com a estabilidade pol�tica e com a pr�pria manuten��o no cargo da presidente Dilma, eu menti”, afirmou Santana ao juiz S�rgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Esta � a primeira vez que os publicit�rios s�o ouvidos na condi��o de delatores, ap�s homologa��o do acordo de colabora��o pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O casal disse ter recebido ao menos R$ 15 milh�es entre 2010 e 2011 como pagamentos n�o registrados para a campanha do PT ao Planalto. Parte desse dinheiro tamb�m teria sido referente a trabalhos que os marqueteiros realizaram posteriormente, em 2012, para candidatos do partido em pleitos municipais e para a campanha de Hugo Ch�vez � presid�ncia da Venezuela, segundo os depoimentos.

Al�m disso, Santana e Monica afirmaram que os pagamentos de caixa 2 eram feitos pela Odebrecht em esp�cie, quando no Brasil, ou em dep�sitos na conta off-shore Shellbill, na Su��a.


O casal tamb�m revelou ter trabalhado na campanha de Mauricio Funes � presid�ncia de El Salvador, em 2009, a pedido do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Monica Moura disse a Moro que havia um interesse do PT que um partido de esquerda vencesse aquele pleito. “Em vinte anos de democracia naquele pa�s, at� ent�o a direita sempre havia ganhado todas as elei��es. Esse [Funes] foi o primeiro candidato de esquerda que ganhou uma elei��o em El Salvador”, explicou a publicit�ria. Este trabalho rendeu a ambos R$ 5,3 milh�es, pagos tamb�m pela Odebrecht.

"Caixa 2 � regra"


Durante a audi�ncia de hoje, Monica Moura disse a Sergio Moro que o pagamento de campanhas eleitorais por meio de caixa 2 � a regra no Brasil. “N�o acredito que exista no pa�s um �nico marqueteiro que trabalhe apenas com caixa 1. � uma exig�ncia dos partidos que a maior parte [dos recursos] esteja em caixa 2”, ressaltou.

A marqueteira tamb�m disse que o casal sempre tentou que os pagamentos fossem feitos dentro da legalidade. “Mas a explica��o que sempre nos deram � que o partido n�o podia porque campanha � muito cara. Marketing � caro, para ser bem feito. Com pouco, se faz campanha mal feita. Campanha bem feita, como televis�o bem feita, como novela bem feita, como filme bem feito, � caro”.

Jo�o Santana afirmou ter ca�do em uma “armadilha” constru�da pelas suas pr�prias convic��es. Ele disse que criou um "duplo escudo mental" que o permitiu seguir adiante com o recebimento de pagamentos ilegais. “Um [escudo] social e externo, que era a doutrina do senso comum do caixa 2, e outro interno, que � ‘recebo pelo trabalho honesto que estou fazendo’”, explicou.

O publicit�rio tamb�m falou que foi c�mplice de um sistema eleitoral corrupto e negativo. “N�o estou aqui, demagogicamente, dizendo que eu n�o tinha culpa, que s� fui v�tima disso, n�o; eu fui agente disso. N�o que os grandes respons�veis sejam marqueteiros, mas acho que � o momento de os pr�prios marqueteiros abrirem os olhos sobre isso, e da Justi�a tamb�m”, completou Santana.


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