Bras�lia, 19 - Parte dos fatos relacionados aos pedidos mantidos sob sigilo pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, j� est� sob investiga��o na Justi�a Federal do Paran�, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.
Em outras duas, mesmo sem haver investiga��o pr�via, Fachin tamb�m decidiu enviar � primeira inst�ncia. Um deles trata do projeto de um gasoduto que seria constru�do para transportar reservas exploradas pela Petrobras at� o sul do Peru. Apesar de a constru��o n�o ter acontecido, um delator afirmou que havia sido acordado com o doleiro Jo�o Augusto Henriques o pagamento de propinas para o PMDB, as quais seriam posteriormente definidas.
H� ainda tr�s peti��es diferentes que mencionam o fundo de pens�o Petros, o segundo maior do Brasil. Em uma das tr�s peti��es, delatores da Odebrecht apontaram pagamento de propina a Valdemir Garreta, nome ligado ao PT, em virtude de um contrato celebrado com a construtora OAS.
Segundo a PGR, os colaboradores informaram que a Odebrecht Realiza��es Imobili�rias deveria repassar R$ 2 milh�es a Garreta. Procurado, ele disse que n�o vai se manifestar enquanto n�o tiver conhecimento do processo. Afirmou, por�m, ter se colocado � disposi��o da Justi�a para esclarecer os fatos.
Os outros dois casos em que h� cita��o ao fundo Petros tratam de pagamento de vantagem indevida em rela��o � compra de terrenos no bairro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Comperj
Irregularidades relacionadas ao Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro (Comperj), que j� eram alvo de a��o penal na Justi�a Federal do Paran�, tamb�m foram descritas por seis delatores da Odebrecht. Eles apontaram que o cons�rcio que atuou na obra fez pagamentos il�citos a agentes p�blicos da Petrobras a fim de obter vantagens indevidas em licita��o.
Ainda n�o est� definido o destino das informa��es apresentadas por 15 delatores sobre diversas opera��es financeiras, inclusive no exterior. Fachin pediu que a PGR se manifeste sobre a aplicabilidade da lei penal brasileira aos fatos narrados - assim como fez em rela��o a casos em que foi relatado pagamento de recursos n�o contabilizados a autoridades ou a agentes privados no exterior.
Citados negam irregularidades
O advogado do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva rebateu as suspeitas relacionadas pela Procuradoria-Geral da Rep�blica e disse que ele "n�o cometeu qualquer ato il�cito antes, durante ou ap�s deixar o cargo de Presidente da Rep�blica".
"Dela��es s�o vers�es unilaterais de pessoas que negociam a liberdade ou benef�cios com os acusadores e por isso n�o configuram prova. O vazamento de material sigiloso, mesmo que sem qualquer valor probat�rio, apenas serve para prejudicar o trabalho da defesa e criar um ambiente artificial de culpabilidade, situa��o recorrente e que se tornou marca da Lava Jato, sem qualquer puni��o", diz o advogado Cristiano Zanin Martins, em nota.
Os advogados do ex-ministro Antonio Palocci n�o foram localizados ontem at� a publica��o desta mat�ria.
J� a defesa do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) classificou a acusa��o de que pediu dinheiro para a campanha do aliado Henrique Alves como "falsa". "Essa � mais uma acusa��o falsa e totalmente desprovida de provas deste il�cito concerto de delatores", disse Pedro Ivo Velloso, um dos advogados do ex-presidente da C�mara.
O advogado do senador Valdir Raupp, Daniel Gerber, disse que a defesa s� comentar� nos autos o teor das acusa��es.
Ant�nio Carlos de Almeida Castro, advogado do senador Edison Lob�o (PMDB), afirmou que os novos depoimentos n�o o "impressionam", pois s�o a repeti��o de "hist�rias antigas" j� ditas anteriormente por outros delatores, sem trazer qualquer novidade ou prova material de que seu cliente se envolveu em ilicitude. Segundo o criminalista, a colabora��o da Odebrecht mostra que um executivo repete a vers�o do outro "apenas de ouvir falar", sem ter participado efetivamente dos fatos narrados.
A reportagem enviou mensagens para a defesa de Henrique Alves, mas n�o obteve resposta at� a conclus�o desta mat�ria.