S�o Paulo, 20 - O empreiteiro Jos� Adelm�rio Pinheiro, o L�o Pinheiro, confirmou ao juiz federal S�rgio Moro que o codinome do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva era "Brahma". Segundo, o executivo, a alcunha era usada na comunica��o entre os executivos para "n�o expor as figuras p�blicas".
Durante o interrogat�rio a que foi submetido nesta quinta-feira, 20, o empreiteiro foi questionado por Moro sobre uma mensagem que apontava a express�o "Brahma".
"Essa express�o se referia ao ex-presidente Lula, por causa de uma propaganda que existia que a Brahma � a n�mero 1", afirmou.
Moro quis saber por que n�o usavam o nome de Lula.
"Para n�o expor as figuras p�blicas e n�s t�nhamos como pr�tica", relatou.
A investiga��o da Lava Jato interceptou mensagens trocadas pelo executivo da OAS. Numa das conversas entre L�o Pinheiro e um executivo da empreiteira eles dizem que "Brahma poderia fazer uma palestra no dia 26/11" sobre o tema Brasil/Chile.
Na mesma data, a agenda de Lula marcava um evento em Santiago, no Chile.
L�o Pinheiro foi interrogado em a��o penal sobre supostas propinas a Lula. A den�ncia do Minist�rio P�blico Federal, no Paran�, sustenta que o petista recebeu R$ 3,7 milh�es em benef�cio pr�prio - de um valor de R$ 87 milh�es de corrup��o - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.
As acusa��es contra Lula s�o relativas ao recebimento de vantagens il�citas da empreiteira OAS por meio de um triplex no Guaruj�, no litoral de S�o Paulo, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, de 2011 a 2016.
Defesa
Em nota, Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, afirmou:
"L�o Pinheiro no lugar de se defender em seu interrogat�rio, hoje, na 13� Vara Federal Criminal de Curitiba, contou uma vers�o acordada com o MPF como pressuposto para aceita��o de uma dela��o premiada que poder� tir�-lo da pris�o. Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o propriet�rio do chamado triplex do Guaruj�. � a palavra dele contra o depoimento de 73 testemunhas, inclusive funcion�rios da OAS, negando ser Lula o dono do im�vel.
A vers�o fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um di�logo - n�o presenciado por ningu�m - no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orienta��o de destrui��o de provas sobre contribui��es de campanha, tema que o pr�prio depoente reconheceu n�o ser objeto das conversas que mantinha com o ex-Presidente. � uma tese esdr�xula que j� foi veiculada at� em um e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao Ju�zo, n�o mereceu nenhuma provid�ncia.
A afirma��o de que o triplex do Guaruj� pertenceria a Lula � tamb�m incompat�vel com documentos da empresa, alguns deles assinados por L�o Pinheiro. Em 3/11/2009, houve emiss�o de deb�ntures pela OAS, dando em garantia o empreendimento Solaris, incluindo a fra��o ideal da unidade 164A. Outras opera��es financeiras foram realizadas dando em garantia essa mesma unidade. Em 2013, o pr�prio L�o Pinheiro assinou documento para essa finalidade. O que disse o depoente � incompat�vel com relat�rios feitos por diversas empresas de auditoria e com documentos anexados ao processo de recupera��o judicial da OAS, que indicam o apartamento como ativo da empresa.
L�o Pinheiro negou ter entregue as chaves do apartamento a Lula ou aos seus familiares. Tamb�m reconheceu que o im�vel jamais foi usado pelo ex-presidente.
Perguntado sobre diversos aspectos dos 3 contratos que foram firmados entre a OAS e a Petrobras e que teriam rela��o com a suposta entrega do apartamento a Lula, Pinheiro n�o soube responder. Deixou claro estar ali narrando uma hist�ria pr�-definida com o MPF e incompat�vel com a verdade dos fatos."
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'Brahma' � Lula, diz L�o Pinheiro
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