S�o Paulo, 20 - O ex-presidente da OAS L�o Pinheiro confessou, nesta quinta-feira, 20, em depoimento ao juiz S�rgio Moro, no �mbito da a��o penal que se refere ao caso triplex no Guaruj�, que a OAS, a pedido do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, realizou reformas no s�tio em Atibaia.
A Lava Jato sustenta que o s�tio em Atibaia, no interior de S�o Paulo, � patrim�nio oculto do ex-presidente Lula, registrado em nome de dois s�cios de seus filhos. Lula nega.
O empreiteiro relatou que se encontrou inicialmente com Paulo Okamotto, na sede do Instituto Lula, onde a ele foi explicado que seria necess�ria uma "modifica��o" no im�vel. Em seguida, L�o Pinheiro teria conversado com o ex-presidente, que, teria apontado problemas relacionados a uma "barragem" e "dois lagos".
"Ele disse: 'olha voc� podia mandar algu�m no s�bado l�, eu vou estar l�'. Eu disse: 'eu vou'. Fui eu e o Paulo Gordilho, que era diretor de engenharia e da OAS Empreendimentos. O presidente combinou comigo, j� que eu n�o sabia onde ficava, que, no primeiro ped�gio da Fern�o Dias, eu o aguardasse. Ele passaria e eu seguiria o carro em que ele estava. Isso foi o que aconteceu. Chegando, fizemos uma visita � sede do s�tio".
L�o Pinheiro relatou ter presenciado outra reuni�o, desta vez no apartamento de Lula em S�o Bernardo do Campo, em um s�bado, ao lado de Paulo Gordilho, o petista e a ex-primeira dama, onde teriam sido discutidos "alguns detalhes que faltavam do triplex e alguns do s�tio".
"Nessa data, ficou acordado que tudo que era pedido estava atendido e que poder�amos prosseguir no triplex e com todas as reformas que tinham sido acordadas e solicitadas por ele", lembrou.
A defesa do ex-presidente chegou a questionar Moro sobre o fato de que L�o Pinheiro falava sobre o s�tio de Atibaia em meio a um depoimento relacionado exclusivamente ao caso tr�plex. "Se formos tratar de outros im�veis, me parece que vossa excel�ncia est� mudando o padr�o anterior e tratando de algo que n�o � de objeto da a��o penal".
No entanto, procuradores rebateram a quest�o apontando que "na p�gina 122 da den�ncia", havia "men��o expressa � aprova��o junto � Dama dos projetos tanto de Guaruj� quanto do sitio".
O Minist�rio P�blico Federal entende que a "Dama", que aparece em trocas de mensagens de respons�veis pelas reformas do triplex, seria a ex-primeira-dama Marisa Let�cia, falecida em fevereiro deste ano.
"Est� indeferida a quest�o, eu j� esclareci, n�o � quest�o de ampliar objeto, estamos discutindo a prova, e se houve atos comuns e isso que ele est� tentando explicar, nos temos que ouvir sobre os atos comuns, n�o podemos fazer cis�o da prova neste sentido", concluiu Moro.
O empres�rio L�o Pinheiro, presidente da OAS, foi preso pela primeira vez em novembro de 2014, oito meses ap�s a deflagra��o da Opera��o Lava Jato. Condenado a 26 anos por pris�o por corrup��o lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa no esquema de corrup��o da Petrobras, L�o Pinheiro � amigo pessoal de Lula e, segundo testemunhas - incluindo a empresa respons�vel pelas reformas do im�vel paga pela OAS - ele teria visitado o apartamento com a ex-primeira dama Marisa Let�cia e o filho do ex-presidente, Lu�s Cl�udio.
O empreiteiro e o petista s�o r�us em a��o penal que investiga se Lula teria recebido propinas de R$ 3,7 milh�es da OAS - parte teria sido por meio de investimentos no im�vel do condom�nio Solaris. Em outro inqu�rito, a Pol�cia Federal tamb�m suspeita de que o S�tio Santa B�rbara, em Atibaia, teria sido reformado pela OAS e pela Odebrecht para benef�cio do ex-presidente Lula.
Defesa
Em nota, Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, afirmou:
"L�o Pinheiro no lugar de se defender em seu interrogat�rio, hoje, na 13� Vara Federal Criminal de Curitiba, contou uma vers�o acordada com o MPF como pressuposto para aceita��o de uma dela��o premiada que poder� tir�-lo da pris�o. Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o propriet�rio do chamado triplex do Guaruj�. � a palavra dele contra o depoimento de 73 testemunhas, inclusive funcion�rios da OAS, negando ser Lula o dono do im�vel.
A vers�o fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um di�logo - n�o presenciado por ningu�m - no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orienta��o de destrui��o de provas sobre contribui��es de campanha, tema que o pr�prio depoente reconheceu n�o ser objeto das conversas que mantinha com o ex-Presidente. � uma tese esdr�xula que j� foi veiculada at� em um e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao Ju�zo, n�o mereceu nenhuma provid�ncia.
A afirma��o de que o triplex do Guaruj� pertenceria a Lula � tamb�m incompat�vel com documentos da empresa, alguns deles assinados por L�o Pinheiro. Em 3/11/2009, houve emiss�o de deb�ntures pela OAS, dando em garantia o empreendimento Solaris, incluindo a fra��o ideal da unidade 164A. Outras opera��es financeiras foram realizadas dando em garantia essa mesma unidade. Em 2013, o pr�prio L�o Pinheiro assinou documento para essa finalidade. O que disse o depoente � incompat�vel com relat�rios feitos por diversas empresas de auditoria e com documentos anexados ao processo de recupera��o judicial da OAS, que indicam o apartamento como ativo da empresa.
L�o Pinheiro negou ter entregue as chaves do apartamento a Lula ou aos seus familiares. Tamb�m reconheceu que o im�vel jamais foi usado pelo ex-Presidente.
Perguntado sobre diversos aspectos dos 3 contratos que foram firmados entre a OAS e a Petrobras e que teriam rela��o com a suposta entrega do apartamento a Lula, Pinheiro n�o soube responder. Deixou claro estar ali narrando uma hist�ria pr�-definida com o MPF e incompat�vel com a verdade dos fatos."
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L�o Pinheiro admite reformas da OAS tamb�m no s�tio de Atibaia 'a pedido de Lula'
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