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Estado de Minas

EM mostra como R$ 10 bi pagos pela Odebrecht a pol�ticos poderiam resolver problemas do pa�s

Em uma compara��o pr�tica, o montante daria para custear todas as despesas de uma cidade como Belo Horizonte durante 11 meses


postado em 23/04/2017 07:02 / atualizado em 23/04/2017 07:16

Se direcionados a investimentos p�blicos, os mais de R$ 10 bilh�es destinados pelo Grupo Odebrecht ao pagamento de propinas para pol�ticos de 26 partidos seriam suficientes para suprir uma s�rie de defici�ncias em �reas sens�veis, como sa�de e educa��o. O Estado de Minas buscou exemplos de como a montanha de dinheiro da empreiteira poderia ter um melhor destino do que parar nos bolsos de pol�ticos ou nos cofres de partidos corruptos.

Em uma compara��o pr�tica, o montante daria para custear todas as despesas de uma cidade como Belo Horizonte durante 11 meses – o or�amento da prefeitura da capital mineira aprovado para este ano prev� receitas e despesas de R$ 11,58 bilh�es. Poderia ainda atender a reivindica��es antigas dos mineiros e belo-horizontinos, como concluir a duplica��o da BR-381, a Rodovia da Morte, ou dar uma boa alavancada na expans�o do metr� da capital.

O total da propina paga pela empreiteira tamb�m sanearia com folga as contas de Minas Gerais este ano. A previs�o do governo � de que o estado feche 2017 com um d�ficit de R$ 8 bilh�es, com despesas de R$ 95,3 bilh�es, e R$ 87,2 bilh�es de receitas. Em um universo maior, bancaria a amplia��o das faixas de renda beneficiadas pelo Minha casa, minha vida anunciada para este ano, aliviando grande parte do d�ficit habitacional.

Voltando a Belo Horizonte, o dinheiro jogado pelo ralo da corrup��o pagaria com sobra tudo que est� previsto no or�amento para o setor de sa�de (R$ 3,78 bilh�es), educa��o (R$ 1,79 bilh�o) e obras (R$ 1,22 bilh�o). As verbas tamb�m serviriam para tirar do papel os projetos para moderniza��o da Linha 1 e implanta��o das linhas 2 (Calafate/Barreiro) e 3 (Lagoinha/Savassi) do metr� de Belo Horizonte – or�ado entre R$ 4 bilh�es e R$ 5 bilh�es. Os projetos come�aram a ser feitos em 2013 e s�o frutos de um termo de compromisso assinado entre os governos estadual e federal. Mas, por falta de previs�o or�ament�ria, a expans�o planejada desde a estreia do servi�o na cidade, na d�cada de 1980, continua na gaveta.

Uma pequena parcela do dinheiro embolsado por pol�ticos, empres�rios, lobistas, sindicalistas e at� lideran�as ind�genas tamb�m permitiria o pleno funcionamento do Hospital Metropolitano Dr. C�lio de Castro, conhecido como Hospital do Barreiro. Inaugurado em dezembro de 2015, o hospital opera com apenas 20% de sua capacidade. O pleno funcionamento depende de repasses de verbas estaduais e federais. A estimativa � de que o custo m�dio da opera��o do pr�dio de 13 andares, com 12 mil metros quadrados de �rea constru�da, 129 leitos e uma ala de CTI, � de R$ 150 milh�es anuais. Em mar�o, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) teve um encontro em Bras�lia com o ministro da Sa�de, Ricardo Barros, e voltou com promessa da assinatura de um conv�nio entre a PBH e o governo federal para o repasse dos recursos necess�rios para o funcionamento pleno do hospital.

A propina da Odebrecht resolveria ainda o gargalo da educa��o infantil na capital mineira. H� hoje um d�ficit de cerca de 17 mil vagas para crian�as de at� 3 anos, conforme dados j� anunciados pela Secretaria de Educa��o. E n�o � preciso muito para sanar o problema. Com o investimento de R$ 16,8 milh�es, a PBH anunciou a cria��o de mais 1,3 mil vagas nas unidades municipais de Educa��o Infantil (Umeis). Fazendo um c�lculo na mesma propor��o, R$ 220 milh�es levariam para a escola todas as crian�as que est�o � espera de uma vaga.

(foto: Paulinho Miranda/EM/D.A.Press)
(foto: Paulinho Miranda/EM/D.A.Press)


Infraestrutura

Algumas obras vi�rias estariam garantidas com a “ajuda” da gigante da constru��o civil. Uma delas � a interven��o nos 27,3 quil�metros do Anel Rodovi�rio da capital. E as m�quinas ainda n�o foram para a pista n�o s� pela complexidade da revitaliza��o em um via onde chegam a circular 120 mil ve�culos a cada dia. O projeto prev� a amplia��o dos trechos em que a via se afunila abruptamente e constru��o de vias marginais em toda a sua extens�o – o que demanda um gasto de R$ 1,5 bilh�o.

O valor � alto, mas em um mesmo pacote daria para revitalizar o Anel e ainda duplicar a BR-381, or�ada em cerca de R$ 5 bilh�es. Na chamada Rodovia da Morte, os 303 quil�metros que ligam Belo Horizonte a Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, s�o considerados os mais perigosos, com as piores condi��es de tr�fego e um tra�ado sinuoso que contribui para acidentes e mortes. As obras j� foram paralisadas v�rias vezes por falta de verbas e em raz�o de disputas judiciais que envolvem desocupa��es �s margens da rodovia. E o que � pior: em entrevista ao Estado de Minas em janeiro, o pr�prio governador Fernando Pimentel (PT) reconheceu que n�o h� perspectivas de avan�os para este ano.


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