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Estado de Minas

Em entrevista, Jo�o Doria faz duras cr�ticas a Lula: "quase destruiu o Brasil"

Tucano afirma que sempre ser� oposi��o ao petista e se mostrou disposto a percorrer o pa�s, no pr�ximo ano, para evitar que Lula volte � Presid�ncia


postado em 23/04/2017 07:57 / atualizado em 23/04/2017 08:11

(foto: Rovena Rosa/Agencia Brasil)
(foto: Rovena Rosa/Agencia Brasil)

Bras�lia – Mantidas as condi��es atuais, em que os principais nomes do PSDB se encontram com algo a explicar perante o eleitorado, resta ao partido apostar na proje��o da sua maior novidade, o prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria. E ele, por sua vez, encontra-se � vontade nesse papel, haja vista a disposi��o de participar em qualquer evento que possa passar o seu recado a um p�blico distante do provincianismo paulistano. Na �ltima semana, por exemplo, fez isso no 5º Semin�rio Luso-Brasileiro de Direito, comandado pelo Instituto de Direito P�blico (IDP), do ministro Gilmar Mendes, e pelo professor Carlos Blanco, da Faculdade de Direito de Lisboa. O tema do semin�rio era Constitui��o e governan�a nos seus mais diversos aspectos.

A palestra de Doria deveria versar sobre governan�a em sa�de. Ele citou os programas que empreende nesse setor, mas n�o deixou de inserir p�lulas de cr�ticas ao PT, avisos de que n�o concorrer� a mais um mandato de prefeito. Para completar, deixou em muitos a sensa��o de que come�a a construir um discurso para fazer quatro anos em dois. “Acordo cedo, durmo tarde, trabalho muito. � poss�vel fazer oito anos em quatro”, disse na palestra. Para muitos, est� dada a senha para dizer mais � frente que far� quatro anos em dois. A passagem por Lisboa foi mete�rica. O tempo de falar para a seleta plateia de advogados, juristas e alunos de direito da universidade que acompanhavam o semin�rio, em sua maioria brasileiros. Foi aplaudido quatro vezes durante sua fala, que durou os exatos 20 minutos previstos. A caminho do aeroporto, concedeu a entrevista exclusiva ao Estado de Minas/Correio Braziliense, quando defendeu o financiamento empresarial de campanha e se mostrou disposto a percorrer o pa�s, no pr�ximo ano, para evitar que Lula volte � Presid�ncia. “� inadmiss�vel que um homem que quase destruiu a Na��o queira vir agora ser candidato sob a alega��o de salvar o Brasil. Salvar o qu�?”, questiona ele. Para quem diz que n�o � candidato a presidente e nem pol�tico, o prefeito de S�o Paulo parece seguir no caminho inverso.


O senhor disse que n�o pretende ser candidato a presidente da Rep�blica. Mas, reza a lenda, candidatura presidencial n�o depende apenas de vontade pessoal. Se o partido disser que o nome � o senhor, como fazer?


O partido ainda n�o disse, ent�o, n�o posso me manifestar sobre algo que n�o ocorreu. 2018 est� distante ainda, a minha responsabilidade � ser administrador, gestor, fazer aquilo que devo fazer. Fui eleito prefeito da cidade de S�o Paulo, temos muitos problemas, muitas tarefas a serem cumpridas e muitas respostas a oferecer � popula��o. � o que eu tenho feito. Trabalhado duramente. E fico feliz de ter uma boa avalia��o evidentemente nesses primeiros 110 dias como prefeito da maior cidade brasileira, mas a maior contribui��o que posso dar � democracia do meu pa�s � continuar sendo um bom prefeito, trabalhar cada vez mais, com mais efici�ncia, mais transpar�ncia.

O senhor tamb�m disse que se pudesse influenciar no Congresso reduziria os impostos na �rea de medicamentos. H� quem diga que foi um ato falho de candidato a presidente da Rep�blica, n�o �?


(Risos... ) N�o, � um ato consciente, de um prefeito. Diante das doa��es que conseguimos de medicamentos, de laborat�rios brasileiros e multinacionais, me vi diante de uma quest�o, 19% de imposto. Diante de uma doa��o obtida de R$ 126 milh�es, como que eu posso imaginar que esses laborat�rios t�m que pagar mais de R$ 20 milh�es de imposto sobre medicamentos que est�o doando para a popula��o pobre e necessitada da cidade? Evidente que � um crit�rio injusto. N�o � correto que se cobre imposto sobre doa��o de medicamentos. E a meu ver tamb�m, 19% sobre medicamentos � um acumulativo de impostos muito elevado. Medicamento � um bem necess�rio, ningu�m toma medicamento pelo prazer de tomar. Toma porque precisa tomar. Entendo que a redu��o gradual sobre os impostos aplicados a medicamentos devesse ser algo a ser estudado pelo Congresso e pelo governo federal.

Entrando na quest�o da Lava-Jato, v�rios personagens do PSDB foram citados na dela��o da Odebrecht e responder�o a processo. Como o senhor avalia essas cita��es?

Cita��o n�o � condena��o. Todos aqueles que citados foram devem ser investigados e ter direito a plena e ampla defesa. Essa � a forma correta, seja qual for partido, posi��o, cargo, idade ou sexo. Deve responder e deve ter direito � ampla dessa. E aqueles que tiverem por circunst�ncia a condena��o da Justi�a, devem cumpri-la. A Justi�a � feita para todos, n�o para alguns.

Tucanos j� disseram em Bras�lia que, no caso de Lula ser candidato, o senhor � o nome para concorrer com ele, porque tem feito um enfrentamento direto desde j�. Nesse caso, o senhor abriria a� uma exce��o nesse “n�o sou candidato”?

N�o sou candidato. Sou prefeito. Al�m disso, como cidad�o brasileiro, serei sempre opositor ao ex-presidente Lula. O ex-presidente Lula quase destruiu o Brasil. Ent�o, � inadmiss�vel um homem que quase destruiu a na��o, que imp�s o maior assalto ao dinheiro p�blico jamais visto na hist�ria da humanidade, que ofereceu tr�s anos de recess�o, 13 milh�es de desempregados, queira agora voltar a ser candidato e disputar sob a alega��o de que � o salvador do Brasil. Salvar o qu�? Salvar o Brasil daquilo que ele e o seu partido, o PT, na sua maioria, indignaram a na��o, a popula��o e a imagem do Brasil? Ora, que tenha o m�nimo de consci�ncia do mal que fez e do mal que vai responder. Nesse sentido, serei mais do que tudo um cidad�o, um brasileiro. E vou usar toda a for�a da minha voz. Mesmo n�o sendo candidato, como n�o sou, n�o deixarei de usar a minha voz, a minha for�a, a minha credibilidade para impedir que isso volte a ocorrer e esse mal retorne ao Brasil.

Mesmo se n�o for candidato, o senhor se disp�e a correr o pa�s numa cruzada anti-PT ou anti-Lula?

Ao lado de quem merecer a indica��o, seja pelo PSDB ou por um conjunto de partidos que possam impedir que esse mal volte a ocorrer no Brasil, eu estarei disposto a qualquer sacrif�cio.

E em rela��o ao caixa 2 de campanha, um assunto que est� em voga? O senhor � a favor da anistia?

Todo crime � crime. N�o h� crime para uns que n�o seja para outros. O que eu entendo � que o Tribunal Superior Eleitoral deve mudar o sistema. O sistema como est� neste momento n�o � bom, n�o � adequado. Embora a inten��o tenha sido boa, sobretudo na �ltima mudan�a, at� com ganhos qualitativos, mas n�o o suficiente para impedir a utiliza��o do caixa dois em campanhas. Eu n�o usei como candidato a prefeito de S�o Paulo. Financiei a maior parte da minha pr�pria campanha, mas entendo que isso tamb�m n�o � justo, n�o � correto. Eu pude, tinha e tenho recursos suficientes para faz�-lo. E quem n�o tem? N�o ter� direito a disputar e a concorrer ou ter� que usar o caixa 2 para exercer esse direito? J� manifeste inclusive isso ao ministro Gilmar Mendes, o TSE deveria estudar uma f�rmula para permitir doa��es de empresa privadas a campanhas pol�ticas com limites de valores e com mecanismos de controle que, hoje, gra�as � internet, � maior efici�ncia da Receita Federal, do sistema banc�rio e dos controles do Banco Central, � perfeitamente poss�vel de se fazer. At� o dia em que o Brasil, em condi��es financeiras adequadas, o governo, o poder p�blico, possa financiar integralmente campanhas. Hoje, � imposs�vel voc� imaginar, a cada dois anos, uma sangria de recursos para campanhas pol�ticas de um pa�s que deve para a educa��o, para a sa�de, para a habita��o popular, para transporte, para a assist�ncia social. O senhor diz que n�o � pol�tico, mas faz todo um discurso pol�tico e obt�m sucesso.

A que o senhor atribui esse sucesso, uma vez que seu discurso parece ser o mais pol�tico dos pol�ticos? Como � que � isso?

Respondendo � primeira parte da pergunta, sendo gestor, administrador. O que fiz nesses 110 dias foi administrar a Prefeitura de S�o Paulo sem recursos, com um rombo de R$ 7,5 bilh�es, e mesmo assim fiz. Realizei. Em vez de lan�ar a culpa sobre o meu antecessor, reclamar, chorar e dizer que, pela falta de recursos, nada podemos fazer, arregacei as mangas, montei uma boa equipe, um bom time, estabelecemos metas, princ�pios de trabalho, fomos buscar recursos no setor privado e de forma eficiente iniciamos uma gest�o inovadora na cidade de S�o Paulo. Isso projetou nacionalmente. Ficou feliz pela proje��o, pela aceita��o e at� pelo resultado das pesquisas, mesmo para algu�m que, como eu, n�o � candidato, exceto a continuar sendo prefeito de S�o Paulo.

O senhor tamb�m mencionou que n�o � candidato � reelei��o. Vai sugerir que acabe?

Quem tem que sugerir isso � o meu partido. Essa � a minha posi��o. Creio que n�o � a do meu partido, mas sou contra a reelei��o. Sou a favor de um mandato de cinco anos sem direito � reelei��o.

E isso tem chance de ser aprovado hoje?


Reforma pol�tica. Essa � a m�e de todas as reformas.

E a lista fechada?

N�o sou a favor, porque ela n�o � representativa.


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