A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), 10ª colocada entre as 195 universidades brasileiras, segundo ranking da publica��o brit�nica Times Higher Education do ano passado, amarga a pior crise de sua hist�ria.
Afundada em d�vidas, a institui��o come�ou as aulas somente no dia 10 deste m�s, depois de sucessivos adiamentos. Mas ainda n�o se sabe se h� condi��es de retomar seu funcionamento.
"A situa��o � dram�tica. A universidade agoniza", resume S�rgio Duarte, aluno de Servi�o Social e um dos 42 mil estudantes da institui��o.
O primeiro sinal da crise veio no fim de 2015, quando o ent�o reitor Ricardo Vieiralves encerrou mais cedo o per�odo letivo por falta de limpeza e seguran�a no c�mpus. Os funcion�rios, j� sem receber havia meses, entraram em greve.
A situa��o s� se agravaria. Dos R$ 90 milh�es previstos para despesas com estrutura da Uerj em 2016, o Estado pagou R$ 15 milh�es. Entre mar�o e agosto, alunos, professores e t�cnicos administrativos entraram em greve. Os estudantes cursaram o que equivaleria ao primeiro semestre entre setembro e dezembro.
Inc�gnita
"Quando comecei a estudar aqui, a gente tinha estabilidade, as bolsas tinham regularidade. E tudo foi minguando. Faltariam tr�s semestres para eu me formar, mas n�o sei quando vai acontecer, se vai acontecer. A gente tem medo de n�o se formar, de a Uerj fechar e a gente perder todo o investimento feito aqui", diz a estudante Ma�ra dos Anjos, de 34 anos, aluna de Psicologia do 8º per�odo.
A Uerj foi a primeira universidade p�blica do Pa�s a adotar o sistema de cotas para negros, ind�genas e egressos de escola p�blica, com corte por renda, a partir de 2003. S�o 9,3 mil estudantes que t�m direito a uma ajuda de custo mensal de R$ 450 para passagem e alimenta��o.
Na volta �s aulas, professores t�m encontrado salas esvaziadas. "A gente n�o tem dimens�o do tamanho do impacto. H� uma grande evas�o estudantil, professores est�o deixando a institui��o, a procura pelo vestibular foi menor. Desde 2015, a universidade tem sofrido cortes no or�amento. O governo deu um calote na universidade", afirma Lia Rocha, presidente da Associa��o de Docentes da Uerj (Asduerj).
Em nota � comunidade acad�mica, a sub-reitora de Gradua��o, Tania Carvalho Netto, disse que foram levados em conta "o avan�o no restabelecimento das condi��es m�nimas de limpeza e de seguran�a", mas h� a preocupa��o com o "preju�zo que os sucessivos adiamentos v�m impondo aos estudantes".