'N�o deveria ter recebido', diz Jaques Wagner sobre rel�gio dado pela Odebrecht

Bras�lia, 24 - O ex-ministro e ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT) afirmou nesta segunda-feira, 24, que deveria ter devolvido o rel�gio de US$ 20 mil que ganhou da empreiteira de Marcelo Odebrecht em seu anivers�rio, para evitar qualquer tipo indica��o de que poderia favorecer a empreiteira em contratos com o governo baiano.

Segundo Wagner, o presente dado em 2012 foi aceito em raz�o da "amizade de longa data" que ele tinha com Cl�udio Melo Filho, ex-executivo da Odebrecht e delator da Opera��o Lava Jato. "O cara era meu amigo, eu o conhe�o desde o pai dele (Claudio Melo). � um gostador de rel�gio, como eu sou. Me deu o rel�gio", disse Wagner, que participa nesta segunda-feira, em Bras�lia, do semin�rio "Estrat�gias para a Economia Brasileira - Desenvolvimento, soberania e inclus�o", promovido pelas lideran�as do PT na C�mara e no Senado e pela Funda��o Perseu Abramo. "Se ele deu achando que ia me comprar, eu at� reconhe�o que n�o deveria ter recebido", completou.

A informa��o sobre o presente foi repassada aos investigadores por Claudio Melo Filho. O rel�gio Hublot, modelo Oscar Niemeyer, detalhou o delator, traz a imagem do Congresso Nacional ao fundo. Em outros anivers�rios, disse Melo Filho, tamb�m foi enviado a Jaques Wagner um rel�gio da marca Corum, modelo Admirals Cup.

"Recebi como um de amigo rico que est� me dando um presente", afirmou o ex-ministro. "Se ele achava que, por conta disso, ia colher alguma coisa dentro do governo, � s� ele dizer o que ele colheu dentro do governo por conta do presente."

Principal contato de Jaques Wagner com a Odebrecht, Cl�udio Filho afirmou que, em 2006, 2010 e 2014, a empresa deu R$ 25 milh�es em doa��es eleitorais, via oficial e por caixa 2, para as campanhas do petista e para a campanha do governador da Bahia, Rui Costa (PT), em 2014. Os pagamentos tinham o aval de Marcelo Odebrecht. Ambos negam as irregularidades.

"Eu estou absolutamente tranquilo. No caso da Odebrecht, minha rela��o sempre foi muito ruim. Meu primeiro ato de governo foi cancelar um contrato que eles tinham feito com o governo anterior, do DEM", disse Wagner. "S� quero que a Odebrecht aponte qual � a obra superfaturada que ele teve dentro do governo baiano."