O executivo Cl�udio Melo Filho, um dos delatores da Odebrecht na Opera��o Lava-Jato, entregou ao Minist�rio P�blico Federal o recibo da compra de um rel�gio su��o Patek Philippe, dado de presente ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo/Michel Temer) em mar�o de 2009. Na nota fiscal da H.Stern consta o valor de R$ 50 mil. Naquele ano, Geddel exercia o cargo de ministro da Integra��o Nacional do governo Lula.
Cl�udio Melo Filho relatou � Lava-Jato que o presente foi dado a Geddel pelo anivers�rio de 50 anos do ent�o ministro. “Em mar�o de 2009, demos, em nome da Odebrecht, um presente relevante a ele”, afirmou o delator no anexo de sua dela��o. Geddel Vieira Lima n�o se manifestou sobre a acusa��o.
“Compramos um rel�gio Patek Philippe, modelo Calatrava, que foi enviado com um cart�o assinado por Em�lio Odebrecht, Marcelo Odebrecht e eu. A compra se deu na loja H. Stern em S�o Paulo e foi efetivada pelo escrit�rio de Bras�lia. Conforme nota fiscal, o rel�gio custou R$ 50 mil.” Geddel � alvo de duas peti��es decorrentes da dela��o da Odebrecht. Uma dever� ser enviada � Justi�a Federal da Bahia e outra � Justi�a Federal do Piau�. A investiga��o remetida � Bahia apura pagamentos de vantagens indevidas a Geddel “em virtude dos contratos referentes ao Transporte Moderno de Salvador II” e tamb�m repasse de valores “a pretexto de contribui��o de campanha nos anos de 2006 e 2014”.
Neste caso, Cl�udio Melo Filho narrou contrapartida consistente em apoio para a aprova��o da Medida Provis�ria 252/2005. A peti��o enviada ao Piau� aponta dois pagamentos em favor de Geddel, no valores de R$ 155 mil em 13 de julho de 2010 e de R$ 55 mil em 21 de setembro de 2010. Os repasses estariam ligados � obra Tabuleiros Litor�neos da Parna�ba. A reportagem procurou a defesa de Geddel Vieira Lima.
CULTURA Em novembro do ano passado, Geddel Vieira Lima, ent�o ministro da Secretaria de Governo, protagonizou crise pol�tica que chegou ao gabinete de Michel Temer. O ent�o ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demiss�o e denunciou Geddel. Em depoimento � Pol�cia Federal, Calero disse que foi “enquadrado” pelo presidente para que encontrasse uma “sa�da” para liberar a obra do condom�nio La Vue, na capital baiana, embargada pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico Nacional (Iphan), no qual Geddel comprou uma cobertura.
A repercuss�o levou Geddel a pedir demiss�o. Calero chegou a gravar uma conversa com Temer no Pal�cio do Planalto. Na �poca, ele negou que pediu audi�ncia com o presidente Michel Temer “no intuito de gravar conversa no Gabinete Presidencial”. “Esclare�o que isso n�o ocorreu. Durante minha trajet�ria na carreira diplom�tica e pol�tica, nunca agi de m�-f� ou de maneira ardilosa. No epis�dio que agora se torna p�blico, cumpri minha obriga��o como cidad�o brasileiro que n�o compactua com o il�cito e que age respeitando e valorizando as institui��es”, afirmou.