Bras�lia, 01 - A um ano e cinco meses da elei��o de 2018, partidos da base aliada do governo Michel Temer disputam o esp�lio do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva no Nordeste. Nos bastidores, at� integrantes do PMDB de Temer buscam composi��es e acertos regionais para ter Lula no palanque, mesmo sendo oposi��o ao PT.
O movimento acompanha a lideran�a do ex-presidente nas pesquisas de inten��o de voto, embora ele seja r�u em cinco a��es penais, tr�s das quais no �mbito da Lava Jato. A c�pula do PT, por�m, j� considera com mais aten��o a possibilidade de o petista n�o poder concorrer ao Pal�cio do Planalto, em 2018, e tenta montar um plano B.
Com 26,8% dos eleitores brasileiros, o Nordeste virou um celeiro de votos em busca de um candidato. L�, os problemas causados pela seca foram acentuados pela redu��o dr�stica de investimento em obras no semi�rido e no agreste.
Diante de tantas incertezas provocadas pelas dela��es da Odebrecht, os partidos tamb�m procuram �outsiders� na pol�tica - sem processos ou m�culas - para lan�ar em disputas de todos os n�veis.
�Existem hoje dois cen�rios. Com Lula, haver� uma candidatura que catalisa o enfrentamento. Sem ele, ocorrer� uma multiplicidade de candidatos, como na elei��o de 1989�, disse o deputado Jutahy Junior (PSDB-BA), aliado do senador tucano Jos� Serra (SP).
Pesquisa Datafolha divulgada ontem (30/04) mostrou que Lula ampliou sua lideran�a, apesar das den�ncias, chegando a 30% das prefer�ncias. Mesmo assim, para 32% dos entrevistados, o governo do petista (2003-2010) foi o que registrou maior incid�ncia de corrup��o. A rejei��o a Lula tamb�m chegou a 45%. Se as elei��es fossem hoje, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ocuparia o segundo lugar, de acordo com o Datafolha, empatado tecnicamente com a ex-senadora Marina Silva (Rede).
Lula j� deu indica��es de que, caso seja condenado em segunda inst�ncia e impedido de entrar no p�reo, o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad pode ser o indicado para concorrer ao Planalto, em 2018. Seu afilhado favorito para a miss�o seria o ex-governador da Bahia e ex-ministro Jaques Wagner. At� agora, no entanto, as dela��es atingiram mais Wagner do que Haddad. O apoio ao tamb�m ex-ministro Ciro Gomes (PDT) � hoje descartado pela c�pula do PT, sob o argumento de que ele � muito �intempestivo� e n�o resistir� � campanha.
�Eu n�o sou lulista, mas temos de dar a Lula o que � de Lula�, afirmou o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), que j� foi ministro da Previd�ncia no governo Dilma Rousseff. �Se ele n�o puder disputar, n�o vejo um substituto natural. N�o h� um nome no PT que tenha o mesmo carisma.�
Vazio. Para o deputado L�cio Vieira Lima (PMDB-BA), o ex-presidente � um �candidato fort�ssimo�, mas as alian�as est�o em compasso de espera porque, se ele virar �ficha suja�, ficar� ineleg�vel.
�Haver� um grande vazio se Lula n�o puder se candidatar�, avaliou L�cio, que � irm�o de Geddel Vieira Lima e, da mesma forma que o ex-ministro, tornou-se alvo da Lava Jato. �Al�m disso, ningu�m sabe se esse Doria ter� a mesma pegada�, emendou, numa refer�ncia ao prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria, mencionado como poss�vel candidato do PSDB � sucess�o de Temer.
Presidente da Comiss�o Especial da C�mara que analisa propostas para a reforma pol�tica, L�cio acredita que o discurso da Lava Jato n�o ser� t�o explorado na campanha porque as investiga��es envolvem todos os grandes partidos. �Desta vez, o PT n�o poder� criticar ningu�m�, provocou.
A opini�o � compartilhada pelo l�der do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que se tornou advers�rio de Temer. �Com essa hist�ria de criminalizar todo mundo, Lula vai fazer um passeio em 2018�, disse Renan, tamb�m na mira da Lava Jato, em recente conversa com amigos.
Dono de mais de 70 pontos de aprova��o nas pesquisas, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), � lembrado como op��o de vice numa chapa do PSDB � Presid�ncia. Tudo indica, por�m, que ele ser� candidato ao governo da Bahia.
Em seu segundo mandato, ACM Neto conquistou redutos antes dominados pela esquerda e tem sido visto como um pol�tico em ascens�o no Nordeste. �Na �ltima elei��o em Salvador, tive uma vota��o linear em todas as classes sociais�, disse ele. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.