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Estado de Minas

Pela primeira vez, Moro e Lula se encontram pessoalmente

Petistas querem transformar evento em com�cio. Movimentos contr�rios querem tranquilidade para o juiz


postado em 07/05/2017 07:00 / atualizado em 07/05/2017 08:03

(foto: AFP / ANDRESSA ANHOLETE / Alex Silva )
(foto: AFP / ANDRESSA ANHOLETE / Alex Silva )

Bras�lia – O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ter� de mostrar, na quarta-feira, em Curitiba, se ainda tem lenha suficiente para queimar na tentativa de voltar ao Pal�cio do Planalto em 2019. Pela primeira vez desde que se tornou alvo das investiga��es da for�a-tarefa da Lava-Jato, Lula estar� diante daquele que elegeu seu principal algoz: o juiz S�rgio Moro. A milit�ncia petista se prepara h� duas semanas para acompanhar o �dolo. Vaquinhas est�o sendo feitas nos sindicatos e movimentos sociais. “Do ponto de vista jur�dico, esse depoimento deve mudar pouca coisa. O peso desse encontro �, acima de tudo, pol�tico”, definiu o professor de ci�ncia pol�tica da Funda��o Getulio Vargas S�rgio Pra�a.


Por isso, a �nfase de Lula em tentar transformar o evento em um espet�culo. Os advogados de defesa entraram com um pedido para que o depoimento seja transmitido ao vivo. Pediram tamb�m que haja uma c�mera voltada para o juiz Moro, em vez do formato tradicional, no qual s� se ouve a voz do magistrado e a imagem que aparece na tela e a do depoente e de parte dos advogados. “Nos moldes em que atualmente � captada a imagem, focando a c�mera exclusivamente os acusados, n�o h� registro fidedigno de todo o ato processual, na sua inteireza e, assim, viola-se a garantia constitucional da presun��o de inoc�ncia”, alegam os advogados.

“A inten��o, com a filmagem dessa forma, � registrar o ato de maneira mais fidedigna do que a anteriormente adotada, quando o depoimento era redigido, bem como para permitir que se observe as express�es faciais e corporais daquele que traz a sua vers�o dos fatos ao ju�zo”, rebateram os procuradores. “Queremos uma transmiss�o ao vivo por causa do hist�rico de vazamentos seletivos. Nossa garantia � que, aquilo que ele falar, n�o seja manipulado e que as pessoas possam ouvi-lo na �ntegra”, explica o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que estar� em Curitiba para acompanhar o depoimento. At� o fechamento desta edi��o n�o havia resposta quanto ao pedido.

O �ngulo da filmagem � apenas um dos muitos embates que ocorrer�o at� quarta e durante o depoimento. Aliados do ex-presidente Lula afirmam que a tend�ncia � de que ele aumente o tom do confronto, como se tivesse, de fato, em um com�cio ou debate eleitoral. Buscar�, de todas as formas, vitimizar-se e dar um arcabou�o pol�tico ao processo jur�dico que enfrenta”, completou um estrategista petista.

DELA��ES Na �ltima sexta-feira, mais um prego foi enterrado na cruz lulista. O ex-diretor da Petrobras Renato Duque falou claramente, em depoimento, que Lula sabia do esquema de corrup��o na Petrobras, que comandava tudo e ainda o alertou para n�o manter contas no exterior para o recebimento de propinas. Some-se a isso a dela��o de Marcelo Odebrecht, que afirmou ter pago R$ 150 milh�es em caixa 2 para campanhas petistas, e do ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, que afirmou que o triplex do Guaruj� e o s�tio de Atibaia pertencem ao ex-presidente.

“O Lula est� muito tranquilo, tem plena consci�ncia de que n�o fez nada de errado. O pr�prio Maluf desqualificou o triplex do Guaruj�, afirmando que eram tr�s casas do Minha casa, minha vida, uma em cima da outra”, brincou o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP). Mas h� quem prefira manter a cautela. Analistas ligados ao PT afirmaram, confidencialmente, que Moro � um juiz experiente, � frente da Lava-Jato h� tr�s anos, e dificilmente cair� nas armadilhas que ser�o preparadas pelo ex-presidente.

IDIDCIDADE DIVA A Secretaria de Estado da Seguran�a P�blica do Paran� (Sesp-PR) se preparou para o depoimento de quarta-feira com a mesma estrat�gia adotada em grandes eventos esportivos. Os grupos de apoio ao ex-presidente Lula ficar�o na Regi�o Central da cidade e o antag�nico, no Centro-C�vico. O expediente ser� suspenso em toda a Justi�a Federal no dia da oitiva e s� entrar�o no pr�dio pessoas envolvidas diretamente no depoimento. A seguran�a interna ser� feita pela Pol�cia Federal e a Pol�cia Militar vai isolar um per�metro de 150 metros ao redor para evitar a aproxima��o de manifestantes. S� entrar�o na �rea isolada moradores e profissionais da imprensa previamente cadastrados. Homens do Ex�rcito j� est�o na cidade para ajudar.

A expectativa de movimentos pr�-Lula � reunir 30 mil pessoas na ter�a e na quarta, com atos pol�ticos, confer�ncias, plen�rias, vig�lias e atividades culturais. Do outro lado, movimentos contr�rios ao ex-presidente Lula esperam mobilizar cerca de 10 mil. A ideia � confrontar os petistas, mas sem criar tumulto, pois n�o querem desviar a aten��o de Moro em um momento considerado, por eles, um dos mais importantes da hist�ria da opera��o. (Colaborou Matheus Teixeira)

 

 


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