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Estado de Minas

Empres�rio diz que 'lavou' R$ 2,7 milh�es para Cabral


postado em 10/05/2017 17:37

Rio, 10 - R�u por lavagem de dinheiro do esquema de corrup��o liderado pelo ex-governador do Rio S�rgio Cabral (PMDB) e delator, o empres�rio Luiz Alexandre Igayara disse nesta quarta-feira, 10, em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7.� Vara Federal Criminal do Rio, que "esquentou" a pedido dele cerca de R$ 2,7 milh�es.

O dinheiro seria, segundo Cabral lhe explicou ent�o, de sobras de campanha. Boa parte chegou em esp�cie, e foi lavado por meio de contratos fict�cios firmados com o escrit�rio de advocacia da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, ele disse.

"Algumas vezes", afirmou o empres�rio, os valores foram transportados pelo colaborador de Cabral Carlos Miranda, "o homem da mala de dinheiro" do esquema; noutras vezes, por carros-fortes da empresa TransExpert, que, segundo as investiga��es, participavam do sistema de corrup��o.

As tratativas todas eram feitas com Cabral, afirmou Igayara - que o conheceu em 1994, quando ele era deputado. Os dois firmaram uma rela��o de "amizade e respeito", esclareceu o empres�rio. "Nunca falei desses assuntos (lavagem) com ela (Adriana), em absoluto, era sempre com o governador".

Igayara disse que o "branqueamento" do dinheiro come�ou em julho de 2007, sete meses depois de Cabral assumir o governo. "N�s nos encontramos num caf�, no Pal�cio (Guanabara), e ele perguntou se eu poderia legalizar uma sobra de campanha de R$ 50 mil. Ele disse 'te dou esse recurso e vou fazer uma fatura'. Era o governador que me pedia, uma pessoa que eu admirava e respeitava. Se fosse outra pessoa, eu n�o faria. A partir do momento em que eu concordei, o Carlos Miranda ia l� levar o dinheiro, n�s recolh�amos os impostos e pag�vamos." A primeira empresa favorecida foi a Gralc, de Carlos Miranda.

Em 2012, vieram pedidos de Cabral para Igayara "esquentar" R$ 639 mil. Mais tarde, em 2014, foram feitos pagamentos que somavam R$ 1,9 milh�o. Nas duas ocasi�es, a lavagem foi feita via escrit�rio de Adriana Ancelmo, contou o delator. No total, o valor "esquentado" chegaria a algo em torno de R$ 2,7 milh�es. Em todas as situa��es, Cabral alegou serem sobras de campanha. "Eu imaginei que era um dinheiro que ele tinha guardado. Eu n�o entrei nesse m�rito (da origem do dinheiro)", declarou o empres�rio.

Igayara teve o acordo de colabora��o premiada homologado por Bretas, anunciou, pouco antes do depoimento, o juiz. Ap�s a declara��o de Bretas, a defesa de Adriana Ancelmo, que vai prestar depoimento ainda nesta tarde de quarta-feira, protestou e solicitou o adiamento das duas oitivas. O juiz indeferiu o pedido.

Segundo as investiga��es, Igayara, um dos s�cios da Rica Alimentos, participou do sistema engendrado por Cabral em seus dois mandatos (2007-2014) firmando contratos fict�cios com o escrit�rio de advocacia da ex-primeira-dama e outras firmas que participavam do esquema.

Por sua vez, Cabral, em 2014, tentou ajud�-lo a negociar a venda da Rica, que estava em dificuldades financeiras, � gigante do ramo aliment�cio JBS. O ex-governador alegou interesse do Estado na transa��o, uma vez que a empresa � do Rio e gerava muitos empregos � popula��o. O neg�cio n�o progrediu, uma vez que n�o houve consenso quanto ao valor da Rica. O delator confirmou o epis�dio a Bretas.

Em novembro do ano passado, Igayara foi conduzido coercitivamente a depor no �mbito da opera��o Calicute da Pol�cia Federal, cujo alvo principal foi Cabral. Ele estaria agora negociando um acordo de dela��o premiada.


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