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Estado de Minas

Embate Lula x Moro foi do futebol ao bullying infantil

O ex-presidente negou as acusa��es e denunciou o processo liderado pelo jovem juiz como uma 'farsa' destinada a bloquear seu retorno ao poder em 2018


postado em 11/05/2017 17:49 / atualizado em 11/05/2017 18:14

(foto: Lula Marques/Agência PT - Carlos Moura/SCO/STF )
(foto: Lula Marques/Ag�ncia PT - Carlos Moura/SCO/STF )

O interrogat�rio de quase 5 horas que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva deu ao juiz federal S�rgio Moro resultou em di�logos dignos de um romance judicial, com espa�o, inclusive, para di�logos sobre futebol ou bullying. Lula foi interrogado por suspeitas de que teria ganhado um tr�plex no Guaruj�, no litoral de S�o Paulo, como retribui��o de favores outorgados � empreiteira OAS, envolvida no esc�ndalo de propinas na Petrobras.


O ex-presidente de esquerda (2003-2010), de 71 anos, negou as acusa��es e denunciou o processo liderado pelo jovem juiz - convertido em um emblema nacional anticorrup��o - como uma "farsa" destinada a bloquear seu retorno ao poder em 2018.

Moro: 'qualquer desaven�a pessoal'


Ao iniciar o interrogat�rio, Moro disse a Lula que ele seria tratado com "o m�ximo respeito" e, para que fique "absolutamente tranquilo", afirmou que seu depoimento era rotineiro e que n�o concluiria sua pris�o preventiva, ap�s rumores apontarem para isso.

Moro: "senhor ex-presidente, eu queria deixar claro que embora existam algumas alega��es nesse sentido, da minha parte n�o tem qualquer desaven�a pessoal em rela��o ao senhor ex-presidente. Quem vai definir o resultado [do julgamento] s�o as provas e a lei".

Lula: 'pelo amor de Deus, apresentem uma prova!'


Visivelmente incomodado em boa parte de seu depoimento, Lula lan�ou: "se cometi um crime, prove que eu cometi um crime. Apresente � sociedade e o Lula ser� punido tanto como qualquer cidad�o [...]. Mas pelo amor de Deus, apresentem uma prova!".


'Ningu�m sabia" da corrup��o na Petrobras'


Quando Moro perguntou ao ex-presidente se ele estava ciente da m� gest�o na Petrobras, Lula respondeu: "N�o. Nem eu, nem o senhor, nem o Minist�rio P�blico, nem a Petrobras, nem a imprensa, nem a Pol�cia Federal. Todos n�s s� ficamos sabendo [das primeiras suspeitas] quando foi pego no grampo".


Moro replicou: "o senhor que indicou ele [um dos envolvidos no caso] ao Conselho de Administra��o da Petrobras. � uma situa��o diferente de mim".


Lula e o "bullying" a seus netos


Em sua declara��o final, Lula disse ser v�tima da "maior ca�ada jur�dica que um presidente ou pol�tico brasileiro j� teve", algo que atribui ao seu passado como oper�rio.


Lula: "Quando eu fui eleito em 2003, eu tinha um compromisso de f� [...]. Eu dizia para mim, todo santo dia, que eu n�o tinha o direito de errar, porque se eu errasse, a classe trabalhadora nunca mais iria eleger algu�m do andar de baixo. Presid�ncia da Rep�blica n�o foi feita para metal�rgico, para quem n�o tinha diploma universit�rio [...]".


Moro o interrompeu: "senhor presidente, as declara��es finais n�o servem para [dar] posi��es pol�ticas, mas sim as relativas ao processo".


Lula: 'doutor Moro, espero que o senhor tenha paci�ncia'


Moro: "n�o sei quanto vai durar seu pronunciamento final, n�o � para fazer um apanhado do que voc� fez no seu governo, n�o � programa eleitoral".


Lula: "� que eu estou sendo julgado pelo que eu fiz no governo [...]. Eu sou obrigado a dizer o que foi feito comigo. Eu tenho 71 anos de idade, cinco filhos e oito netos. Nunca ningu�m que me acusou considerou que netos meus, com cinco anos, que est�o na escola, sofrem bullying todo santo dia por conta de mentiras".


As 12 partidas do Bar�a


Lula denuncia um cerco midi�tico e do MP - que o assinala como o "l�der m�ximo" da rede de corrup��o - como se fosse um bandido de faroeste "procurado vivo ou morto".


O s�mbolo da esquerda fez uma compila��o das vezes que a grande m�dia "falou mal" dele e relembrou as mais de 18 horas em que, para ele, foi o principal tema do Jornal Nacional, da TV Globo, no �ltimo ano.


"Sabe o que significa 18 horas falando mal de um cidad�o? Significa 12 partidas de futebol entre o Barcelona e o Atl�tico de Madrid!", se exaltou Lula.


Moro: "pade�o dos mesmos males que o senhor


Ao fim do interrogat�rio, Lula questionou o pr�prio Moro sobre os constantes vazamentos judiciais � imprensa.


Lula: "o senhor, sem querer, talvez, entrou no processo. O vazamento de conversas com minha mulher, e dela com meus filhos, foi o senhor quem autorizou. [...] Agora queria lhe avisar uma coisa: esses mesmos que me atacam hoje, se tiverem sinais de que serei absolvido... Prepare-se, porque os ataques ao senhor ser�o muito mais fortes [...]".


Moro: "infelizmente j� sou atacado por muita gente, inclusive por blogs que supostamente patrocinam o senhor. Pade�o dos mesmos males que o senhor, em certa medida. Entretanto, vou encerrar aqui essas declara��es, mas lhe asseguro que ser� julgado com base nas leis e nas provas do processo. Fique seguro quanto a isso".


"Assim espero, doutor", concluiu Lula.


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