Bras�lia, 11 - O marqueteiro Jo�o Santana e sua mulher, a empres�ria M�nica Moura, contaram em dela��o premiada que o senador cassado Delc�dio Amaral (sem partido-MS, ex-PT) exigiu que parte dos pagamentos pela sua campanha ao Senado, em 2002, fosse feita via caixa 2, por meio de dep�sito no exterior.
Conforme anexos da colabora��o do casal � Lava Jato, a negocia��o com o marqueteiro foi feita numa reuni�o dentro da sauna da casa do ex-congressista, em Campo Grande. Na �poca, ele era secret�rio de Estado em Mato Grosso. "Jo�o Santana foi convidado, de forma inusitada, a conversar dentro da sauna, pois claramente Delc�dio visava a preservar informa��es quanto a valores e forma de pagamento", diz trecho do documento.
O suposto caixa 2 n�o consta do acordo de dela��o firmado por Delc�dio com a Lava Jato. Procurado pela reportagem, o advogado do ex-senador, Ant�nio Figueiredo Basto, disse que seu cliente n�o reconhece os fatos relatados pelo casal como verdadeiros. Por esse motivo, segundo ele, o epis�dio n�o foi tratado na colabora��o. "Conversa em sauna? Se ele tivesse cautela para conversar com as pessoas, n�o teria acontecido o que aconteceu", comentou.
Delc�dio foi preso no fim de 2005, ap�s ter sido gravado numa conversa com Bernardo Cerver�, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerver�, e outras pessoas em suposta tentativa de atrapalhar investiga��es da Lava Jato. Ele foi solto depois de confessar il�citos aos investigadores.
Santana e M�nica contaram que o marketing da campanha de Delc�dio foi or�ado em R$ 4 milh�es. Metade teria sido paga "por dentro" e a outra metade, por meio de dep�sito feito por uma offshore na conta Shellbill, de Santana, na Su��a.
(F�bio Fabrini e Rafael Moraes Moura)