Belo Horizonte, 12 - Em nova defesa da dela��o premiada, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, afirmou nesta sexta-feira, 12, que as investiga��es da Opera��o Lava Jato n�o teriam "evolu�do" sem uso do recurso. "� um instrumento poderos�ssimo, e sem ele as investiga��es n�o teriam evolu�do at� o presente momento", disse em palestra na Escola de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, onde Janot se formou. Grande parte das defesas dos investigados alega que as pris�es s�o realizadas pela for�a-tarefa para for�ar o investigado a assinar dela��es.
No entanto, segundo Janot, foram j� feitos 160 acordos dentro da Lava Jato e que, desse total, 136, ou 85%, foram feitos com r�us em liberdade.
O procurador disse ainda que a dela��o premiada n�o � "jabuticaba". "N�o � uma inven��o tupiniquim. N�o nasceu assim de algu�m que acordou de manh� e disse: 'hoje tive uma grande ideia'. � coisa que vem sendo trabalhada, que vem sendo matutada, que vem sendo pensada", afirmou. Conforme o procurador, "muitos coment�rios, sem muito fundamento, sobre o que � essa hist�ria (o instituto da dela��o)".
Ap�s defesa no Senado, no ano passado, da proibi��o de r�us presos firmarem acordo de dela��o, Janot afirmou que vai levar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o debate. "Como vai discriminar entre r�us presos e soltos, permitindo que o solto possa fazer e o preso n�o possa fazer? Se houve iniciativa nesse sentido, vamos levar ao STF", avisou.
O procurador-geral rejeitou a percep��o geral de que delator � alcaguete. "N�o se trata disso. O colaborador, o nome diz, � o colaborador da Justi�a. E, colaborando, tem a premia��o. N�o chega e aponta o dedo. H� uma constru��o jur�dica, com regulamento legal e sob controle do Judici�rio", declarou. Na chegada e ao t�rmino da palestra, Janot n�o conversou com a imprensa.
(Leonardo Augusto, especial para AE)