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Estado de Minas

Esquema de pagamento de propina da Odebrecht envolve pol�ticos de todos os estados

Os 26 estados e o Distrito Federal t�m pol�ticos locais na lista do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ou receberam pedidos de investiga��o relacionados ao acordo de colabora��o


postado em 14/05/2017 06:00 / atualizado em 14/05/2017 08:16

Policiais federais chegam à sede da Odebrecht em São Paulo, em uma das fases da Lava-Jato, que apura corrupção na Petrobras (foto: Foto Rovena Rosa/ Agencia Brasil)
Policiais federais chegam � sede da Odebrecht em S�o Paulo, em uma das fases da Lava-Jato, que apura corrup��o na Petrobras (foto: Foto Rovena Rosa/ Agencia Brasil)
 

Bras�lia – N�o � exagero dizer que a Odebrecht corrompeu todo o Brasil. Os 26 estados e o Distrito Federal t�m pol�ticos locais na lista do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ou receberam pedidos de investiga��o relacionados ao acordo de colabora��o. Se antes Paran�, Rio, S�o Paulo, Pernambuco, a Justi�a Federal e as cortes superiores no Distrito Federal conduziam inqu�ritos relacionados � opera��o, no p�s-Odebrecht, 20 estados e o DF ter�o c�lulas da Lava-Jato em busca de esclarecer fatos narrados pelos executivos da empreiteira baiana.


Ao encaminhar peti��es ao Supremo com base nas revela��es da Odebrecht, no m�s passado, a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) solicitou que mais de 200 casos fossem remetidos a outras inst�ncias judiciais. H� men��es a ex-prefeitos, prefeitos e deputados estaduais, por exemplo. Para considerar a capilaridade das dela��es da Odebrecht pelo pa�s, a reportagem contabilizou n�o apenas os locais que receber�o as solicita��es de investiga��o, como regi�es que t�m pol�ticos na mira, ainda que os inqu�ritos tramitem em Bras�lia. Esse � o caso de Roraima, por exemplo, que n�o receber� trechos da dela��o para analisar, mas elegeu o senador Romero Juc� (PMDB), que ser� investigado no Supremo.

Com a profus�o das investiga��es, as colabora��es da Odebrecht podem provocar efeito cascata. Cada inqu�rito poder� levar a novos fatos, conforme o Minist�rio P�blico avan�ar nas apura��es. Tamb�m por causa dos desdobramentos, o esquema de corrup��o relatado pela Odebrecht deve arrastar as investiga��es e influenciar as disputas eleitorais em 2018.

Dos 215 pedidos de investiga��o enviados para outros estados, o maior n�mero (48) foi remetido � Justi�a Federal no Paran�, base da Lava-Jato. A maioria trata de desvio de recursos da Petrobras e ficar� sob a tutela do juiz S�rgio Moro, em Curitiba. Do material enviado para a cidade onde a Lava-Jato nasceu, ao menos cinco peti��es s�o sobre o suposto envolvimento do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva no esquema de corrup��o. Conforme os depoimentos e documentos anexados, o petista e seus parentes receberam vantagens da Odebrecht, em troca da intermedia��o de favores no governo federal.

Outros sete casos enviados ao Paran� tratam de il�citos atribu�dos a ex-ministros da era petista, entre eles Jaques Wagner (Casa Civil), Antonio Palocci (Casa Civil e Fazenda), preso em Curitiba, e Guido Mantega (Fazenda). Os documentos poder�o embasar novos inqu�ritos ou refor�ar o conjunto de provas de investiga��es j� em curso. Outros que ser�o apurados pela equipe de procuradores coordenada por Deltan Dallagnol s�o o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), condenado a 15 anos de pris�o por Moro, o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine e o presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

EX-MINISTROS

S�o Paulo, que, at� a Odebrecht s� havia “sediado” uma fase da Lava-Jato, a Custo Brasil, passa a ser o segundo estado com mais frentes de investiga��o derivadas da dela��o. Ao menos 29 peti��es foram para a Justi�a Federal paulista e para o Tribunal de Justi�a de S�o Paulo (TJ-SP). Al�m de prefeitos e deputados estaduais, os alvos das apura��es em solo paulista passam pelo ex-ministro de Dilma Rousseff Edinho Silva (PT), com quatro pedidos de investiga��o enviados, e v�o at� tucanos envolvidos em grandes obras, entre elas o Rodoanel e o metr�.

Para o Rio, foram enviados 22 pedidos, que miram nos pol�ticos que se revezaram no comando do Estado nos �ltimos anos. Ao menos quatro desses pedidos tratam do envolvimento do ex-governador S�rgio Cabral (PMDB), atualmente preso, em recebimento de propinas por obras p�blicas. Tamb�m h� casos envolvendo o ex-governador Anthony Garotinho (PR), sua mulher e sucessora no Pal�cio Laranjeiras, Rosinha Garotinho (PR), e o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB).

No total, 24 senadores, de 17 estados, est�o na lista dos investigados perante o Supremo. Na C�mara, h� 39 nomes de 14 estados. S�o Paulo e Bahia t�m o maior n�mero de deputados federais investigados (11 e 10, respectivamente). O Rio Grande do Sul tem tr�s deputados eleitos no estado que s�o alvos de investiga��o.

R$ 35 BILH�ES DESVIADOS

Em pouco mais de tr�s anos de Opera��o Lava-Jato, estima-se que os desvios superam os R$ 35 bilh�es, dos quais, mais de R$ 8 bilh�es j� foram recuperados por meio de acordos com delatores e empresas. As quantias s�o t�o altas, que, em certos casos, pol�ticos teriam de trabalhar um mil�nio para alcan�ar os valores recebidos ilegalmente. O caso mais impressionante � o do ex-governador do Rio S�rgio Cabral (PMDB), preso desde novembro de 2016, no Complexo Penitenci�rio de Gericin�, em Bangu. O peemedebista � acusado de comandar um esquema de propinas que arrecadou mais de R$ 500 milh�es no Brasil e movimentou mais de US$ 100 milh�es no exterior. Ele � r�u em quatro a��es penais e responde a outros processos por lavagem de dinheiro, corrup��o e evas�o de divisas. S� nas dela��es de executivos da Odebrecht, Cabral � acusado de ter recebido R$ 58 milh�es. No exterior, ele teria angariado mais US$ 80 milh�es (R$ 250 milh�es na cota��o atual). Para alcan�ar honestamente os R$ 308 milh�es recebidos, o ex-governador teria de exercer a fun��o por 1.083 anos.


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