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Estado de Minas

Dilma sabia de caixa 2, diz ex-executivo da Odebrecht


postado em 17/05/2017 07:55 / atualizado em 17/05/2017 11:54

Bras�lia - O ex-executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio afirmou, em sua dela��o premiada, que a empres�ria M�nica Moura informou a ent�o presidente Dilma Rousseff sobre pagamentos de servi�os da campanha eleitoral de 2014 via caixa 2. Segundo ele, a mulher do ex-marqueteiro do PT Jo�o Santana afirmou ter "avisado a mo�a", em refer�ncia a Dilma, sobre dep�sitos feitos pela empreiteira em contas do casal no exterior. Migliaccio disse ter feito repasses a M�nica por campanhas em seis pa�ses.

O acordo de colabora��o premiada do ex-executivo firmado com o Minist�rio P�blico Federal (MPF) perdeu o sigilo anteontem por decis�o do ministro Edson Fachin, relator da Opera��o Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Migliaccio, que foi j� preso na Su��a por tentar, segundo autoridades do pa�s europeu, fechar contas banc�rias e retirar pertences de um cofre de uma institui��o financeira, apresentou tamb�m detalhes do funcionamento do Setor de Opera��es Estruturadas - o "departamento da propina" da Odebrecht.

A Su��a havia aberto procedimento independente para apurar a liga��o de Migliaccio com movimenta��es do Grupo Odebrecht no pa�s europeu.

Em um dos termos da dela��o, Migliaccio afirmou que, no primeiro semestre de 2015, com a Lava Jato em andamento, foi questionado por M�nica sobre pagamentos em d�lares no exterior, em contas mantidas na offshore Shellbill.

Migliaccio disse que, ap�s confirmar os dep�sitos, M�nica expressou preocupa��o com as investiga��es. "Vou avisar a presidente, pois agora tem como chegar (a Lava Jato) na gente", disse ela, segundo o relato do ex-executivo. "Semanas depois, M�nica Moura informou ao depoente (Migliaccio) que havia avisado ‘a mo�a’ (Dilma) sobre os pagamentos realizados no exterior pela Odebrecht", constou do termo do depoimento do delator.

O ex-executivo relatou ainda ter efetuado repasses de valores n�o contabilizados a M�nica por campanhas eleitorais em pa�ses como Angola, Rep�blica Dominicana, Panam�, Venezuela e El Salvador, al�m do Brasil.

O relato de Migliaccio tem conex�o com informa��es dadas por M�nica Moura em sua dela��o premiada, quando ela disse que Dilma sabia dos pagamentos via caixa 2 feitos pela Odebrecht no exterior. O ex-marqueteiro do PT Jo�o Santana e Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, ambos delatores, tamb�m afirmaram que a presidente cassada tinha conhecimento dos dep�sitos. O doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros delatores da Lava Jato, j� disse que a petista sabia do esquema de corrup��o e desvios na Petrobras.

Of�cios


Em sua decis�o, o ministro Fachin determinou que a Caixa Econ�mica Federal abra uma conta banc�ria para o dep�sito de R$ 5 milh�es em nome de Migliaccio - valor referente � multa acertada na dela��o, feita de maneira separada da dos outros 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht.

O relator da Lava Jato no Supremo determinou remessa ao juiz S�rgio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, de 13 termos de colabora��o do delator.

O ministro tamb�m autorizou que tr�s inqu�ritos em tramita��o no STF recebam c�pias de trechos da dela��o: um que j� tem a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) como investigada pelo suposto repasse de propina da Odebrecht, outro que apura pagamentos feitos pelo grupo ao ministro Gilberto Kassab (PSD) entre 2008 e 2014, e um outro inqu�rito sigiloso que, de acordo com a PGR, apura valores indevidos supostamente recebidos pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Defesas


A assessoria de Dilma Rousseff disse que desconhece os termos da dela��o e vai se pronunciar somente quando tiver acesso ao documento. O ministro Gilberto Kassab tamb�m afirmou que n�o teve acesso �s informa��es e declarou que sempre pautou sua atua��o no cumprimento da legisla��o. A senadora Gleisi Hoffmann informou que n�o vai comentar o caso, j� que n�o tem conhecimento do conte�do do depoimento em que foi citada.

A Odebrecht disse que � de responsabilidade da Justi�a a avalia��o de relatos feitos pelos seus executivos e ex-executivos. "A empresa est� colaborando com a Justi�a." A defesa de Lindbergh Farias n�o foi localizada at� a conclus�o desta edi��o.


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