Bras�lia, 18 - Em meio ao aprofundamento da crise pol�tica, o vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, disse nesta quinta-feira, 18, que est� mantida a data de 6 de junho para a retomada do julgamento da a��o que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder pol�tico e econ�mico para se reeleger em 2014.
Indagado pela reportagem se a data prevista para o julgamento est� mantida, Fux limitou-se a dizer: "Est�".
O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, deve retornar a Bras�lia na noite desta quinta-feira, depois de cumprir viagem oficial na R�ssia, onde participou de confer�ncia sobre elei��es.
As novas revela��es trazidas pela dela��o da JBS aprofundaram a crise pol�tica em Bras�lia e podem complicar a situa��o de Temer no TSE, avaliam interlocutores dos integrantes da Corte Eleitoral ouvidos pela reportagem.
A dela��o premiada de Joesley Batista e de seu irm�o Wesley n�o faz parte do processo que apura se a chapa de Dilma e Temer cometeu abuso de poder pol�tico e econ�mico para se reeleger em 2014. Mesmo assim, fontes que acompanham de perto o processo no TSE ressaltam que pode haver uma contamina��o pol�tica no resultado do julgamento, que ser� retomado no dia 6 de junho.
"As revela��es podem impressionar e impactar a cabe�a de cada ministro. Mas faltam 20 dias (para o julgamento), as coisas podem mudar at� l�", disse um ex-integrante da Corte Eleitoral que pediu para n�o ser identificado.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o conte�do explosivo da JBS pode esvaziar a alega��o da defesa de Temer de que a manuten��o do presidente no cargo preservaria a estabilidade pol�tica do Pa�s.
"Deve ter-se especialmente em conta (...) a atual situa��o do Pa�s, que em nada recomenda medida dessa extens�o, em virtude das consequ�ncias imediatas que seriam por ela acarretadas, tanto na estabilidade pol�tica como no imprevis�vel comportamento da economia", dizem os advogados de Temer em suas alega��es finais, ao alertarem para as consequ�ncias da cassa��o do presidente.
No entanto, o aprofundamento da crise pol�tica, a n�o aprova��o de reformas consideradas essenciais pelo Planalto para colocar a economia nos eixos e os baix�ssimos �ndices de aprova��o do governo podem criar uma "tempestade perfeita" e lan�ar mais incertezas sobre a situa��o de Temer no TSE, pondera um ministro do STF ouvido reservadamente pelo jornal
O Estado de S. Paulo
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(Rafael Moraes Moura e Breno Pires)