Bras�lia, 19 - A empres�ria Andrea Neves, irm� do senador afastado A�cio Neves (PSDB-MG), pediu R$ 40 milh�es ao dono da JBS, Joesley Batista, para a compra de um im�vel no Rio de Janeiro. A informa��o foi revelada por Joesley em depoimento de dela��o premiada � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR). Ele disse que condicionou o pagamento � nomea��o de um indicado seu para o comando da Vale, mas que a opera��o n�o se concretizou.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), entendeu ser "imprescind�vel" a decreta��o da pris�o de A�cio, mas n�o o fez, justificando que a Constitui��o n�o autoriza encarcerar integrantes do Congresso, salvo "em flagrante de crime inafian��vel".
O ministro deixou a decis�o para o plen�rio da Corte, em caso de eventual recurso do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot.
Nomea��es
Conforme um dos depoimentos do delator, Andrea cobrou os R$ 40 milh�es para a compra de um apartamento da m�e. Nesse contexto, ele explicou que pediu a A�cio a nomea��o de Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras, para presidir a Vale.
O dono da JBS explicou que, com a nomea��o de Bendine, resolveria o problema dos R$ 40 milh�es pedidos por Andrea. Mas A�cio, segundo ele, disse que j� havia indicado outra pessoa para a vaga, dando a ele a oportunidade de escolher qualquer uma das outras diretorias da mineradora. O tucano teria dito para o delator esquecer o pedido milion�rio da irm�, pois todos os contatos seriam feitos com ele pr�prio.
O depoimento de Joesley diz que A�cio teria pedido v�rias outras quantias a ele. Chegou, por exemplo, a vender um apartamento superfaturado, de R$ 17 milh�es, a uma pessoa indicada pelo senador para passar o dinheiro a ele.
O advogado de Andrea Neves, Marcelo Leonardo, disse que s� se pronunciar� depois de ter acesso integral ao inqu�rito. A defesa de A�cio justificou, em nota, que a conversa com Joesley se referia a uma rela��o entre "pessoas privadas", sem a negocia��o de contrapartidas, ato ilegal ou rela��o com o poder p�blico.
"Tratou-se �nica e exclusivamente de uma rela��o entre pessoas privadas, em que o senador solicitou apoio para cobrir custos de sua defesa, j� que n�o dispunha de recursos para tal", afirma o advogado Jos� Eduardo Alckmin.